Como está o Maníaco do Parque atualmente?
Por Paulinha Alves • Editado por Claudio Yuge | •

Um dos crimes mais famosos e brutais do país, o caso do Maníaco do Parque voltou aos holofotes recentemente com a estreia do filme homônimo do Amazon Prime Video.
Estrelado por Silvero Pereira (Bacurau), na pele do criminoso que aterrorizou o país em 1998, o longa-metragem retrata de maneira ficional a história de um dos serial killers mais famosos do Brasil: Francisco de Assis Pereira, motoboy condeando pelo assassinato de sete mulheres, além dos crimes de estupro, estelionato e atentado violento ao pudor.
Onda de assassinatos chocou o país
O caso do Maníaco do Parque teve início em janeiro de 1998, quando os corpos de duas mulheres foram encontrados no Parque do Estado, situado na zona sudeste de São Paulo. Ao longo dos próximos sete meses, mais cinco vítimas foram achadas no mesmo local, todos com sinal de abuso sexual e, em alguns casos, estrangulamento e mordidas pelo corpo.
Com o avanço da investigação da polícia e a identificação de quem eram as mulheres, as similaridades entre os casos começaram a vir à tona, provando que para além do local em que as vítimas foram achadas, toda as jovens tinham uma idade próxima (menos de 24 anos) e sinais de violência muito parecidos.
Isso levou a polícia a trabalhar com a hipótese de que os crimes haviam sido cometidos por um mesmo assassino; um serial killer de identidade ainda desconhecida, mas que ganhou os noticiários do país, espalhando medo entre a população.
Em agosto do mesmo ano, no entanto, com a ajuda de sobreviventes que procuraram a polícia e deram depoimentos sobre os ataques que haviam sofrido, chegou-se ao nome de Francisco de Assis Pereira. O motoboy de 31 anos já havia, inclusive, sido intimidado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) por utilizar uma folha de cheque de uma das vítimas.
Prisão e confissão do serial killer
Foragido por 20 dias, Francisco foi capturado e preso em 4 de agosto de 1998, no município de Itaqui, no Rio Grande do Sul, próximo à fronteira entre o Brasil e a Argentina. Sem resistir à prisão, ele foi levado a DHPP em São Paulo, onde confessou a autoria dos crimes e afirmou ter praticado, na verdade, 11 assassinatos.
O serial killer contou que se passava por um caça talentos para abordar as vítimas, a quem elogiava e oferecia um bom cachê, antes de convidá-las para ir até o parque e realizar uma sessão de fotos. Além de admitir as acusações, Francisco indicou a localização dos corpos e mostrou também onde estava escondida a ossada de uma última vítima, ainda não encontrada pela polícia.
Como está o Maníaco do Parque atualmente?
Atualmente com 56 anos, Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque cumpre pena de regime fechado na cidade de Iaras, no interior de São Paulo. Famoso no presídio por sua dedicação aos trabalhos de tricô e crochê, ele também tornou-se membro da Igreja Universal, do qual frequenta o culto local.
Embora tenha sido condenado a mais de 260 anos de prisão, Francisco tem chance de deixar a cadeira em breve. Em conformidade com a legislação brasileira dos anos 1990, que impedia que uma pessoa ficasse mais de 30 anos na cadeia – em 2019 esse período foi estendido para 40 anos – o Maníaco do Parque pode ser solto em 2028.
Para que isso ocorra, porém, o criminoso deverá ser submetido a vários testes psicológicos, que atestem sua capacidade de viver em sociedade. Um possível empecilho para sua soltura, tendo em vista que o próprio criminoso já disse algumas vezes que voltará a cometer outros crimes comandado pelo “demônio que controla seu corpo”.
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