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Netflix | Aumento no preço da assinatura foi quase o dobro da inflação

Por| Editado por Jones Oliveira | 22 de Julho de 2021 às 20h00

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Napoleon Schwan/Pixabay
Napoleon Schwan/Pixabay
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O reajuste nos preços da Netflix pegou todo mundo de surpresa nesta quinta-feira (22). Todos os planos tiveram uma alta significativa, com a assinatura do pacote mais robusto do serviço chegando a custar R$ 55,90. E por mais que a empresa alegue que a mudança vem para compensar o aumento de produções próprias, a verdade é que a conta ficou bastante salgada para o brasileiro — ainda mais em um momento de crise econômica como o atual.

Tanto que não demorou para que, nas redes sociais, muitos assinantes questionassem se ainda vale a pena continuar na plataforma, visto que outros serviços de streaming chegaram ao Brasil com valores bem mais competitivos. Em alguns casos, a assinatura de vários streamings rivais sai mais barato do que o plano mais caro da Netflix.

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Segundo a empresa, a correção era necessária porque as mensalidades seguiam sem reajuste desde março de 2019 e que, por isso, estariam defasadas. E isso é um fato, só que o que chama a atenção é que esse aumento ficou bem acima da inflação. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre março de 2019 e junho de 2021, a inflação ficou em 12,28%, enquanto os planos da Netflix tiveram aumentos que variam entre 18,2% e 21,7%.

E o que isso significa na prática? De maneira bastante simplificada, a inflação é justamente a média do quanto as coisas ficaram mais caras em um período de tempo. Isso quer dizer que, levando em conta somente esse índice, o plano padrão da Netflix deveria ter saltado de R$ 32,90 para R$ 36,94 — ou seja, os 12,28% apontados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Contudo, o novo valor anunciado pela empresa foi de R$ 39,90, uma diferença de quase R$ 3.

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Já no plano Premium, que oferece suporte a conteúdo em 4K e acesso em quatro telas simultâneas, o aumento é ainda maior. Caso a mensalidade fosse reajustada somente com base na inflação desses dois anos, os R$ 45,90 deveriam virar R$ 51,54 e não R$ 55,90. Na prática, o aumento foi de 21,7%, quase o dobro da inflação calculada no período.

Essa diferença de R$ 4,36 parece pouca à primeira vista — afinal, o que você consegue comprar com esse dinheiro hoje em dia? —, mas coloque na ponta do lápis o quanto isso custa ao longo do ano. Em 12 meses, são R$ 52,32. E esse é um cálculo que já leva em consideração a correção desses dois anos, sendo que, na prática, o assinante vai desembolsar R$ 120 reais a mais no mesmo período caso decida manter a assinatura do serviço ativa. E em um momento em que as famílias estão sofrendo os impactos da pandemia também no bolso, esse é um dinheiro que pode fazer toda a diferença.

O aumento se torna ainda mais evidente quando comparado com outros serviços de streaming disponíveis no país. O Prime Video é a segunda plataforma mais popular no Brasil, atrás apenas da Netflix, e também um dos mais baratos, custando apenas R$ 9,90 no plano mensal. Já a HBO Max chegou ao Brasil com uma oferta de assinaturas pela metade do preço por tempo indeterminado, o que faz com que o seu pacote mais completo saia por R$ 13,95.

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É claro que há um universo de realidades que separam cada uma dessas empresas. O Prime Video, por exemplo, tem toda a estrutura da Amazon por trás que permite baratear os custos ao associar a assinatura a um incentivo a compras em sua loja. Já a HBO Max pertence à WarnerMedia, que é um conglomerado que consegue oferecer uma grande quantidade de conteúdo original e clássico sem que isso aumente tanto os seus custos operacionais.

Só que, no fim do mês, nada disso conversa com o bolso do consumidor e os dados de participação de mercado já mostram o quanto essa diferença de preços está afetando a hegemonia da Netflix no Brasil. Segundo dados do JustWatch, no país no segundo trimestre de 2021, a Netflix apresentou um market share de 31%, seguido pelo Prime Video, que tinha uma fatia de 24% do mercado.

Essa diferença de apenas 7 pontos percentuais é muito pequena se levarmos em conta o tamanho da Netflix no imaginário do público brasileiro. O serviço já se tornou sinônimo de streaming no país e, ainda assim, se vê ameaçado. E esses dados não levam em conta a recente chegada da HBO Max por aqui e muito menos o reajuste; então, só vamos perceber os impactos dessas mudanças nos próximos meses.