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Andor | O que esperar da nova série de Star Wars?

Por| Editado por Jones Oliveira | 15 de Setembro de 2022 às 17h00

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Divulgação / Lucasfilm
Divulgação / Lucasfilm
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Depois de explorar ao máximo a saga da família Skywalker, Star Wars parece estar disposta a voltar sua atenção para aquelas histórias que sempre se desenvolveram paralelas aos heróis, mas nunca aprofundadas de verdade. É o caso da formação da própria Aliança Rebelde, um dos núcleos de toda a franquia e que finalmente vai ganhar a merecida atenção em Andor.

A nova série chega no próximo dia 21 de setembro ao Disney+ com a estranha proposta de ser um spin-off de um spin-off da franquia. Parece confuso, mas faz sentido. A ideia é contar os eventos que antecedem os eventos de Rogue One e, enquanto o filme mostrou como os rebeldes conseguiram os planos para destruir a Estrela da Morte, o seriado quer voltar ainda mais no tempo para revelar como as coisas chegaram a esse ponto de inflexão na história.

A partir da perspectiva de Cassian Andor (Diego Luna), um dos membros do esquadrão Rogue One, a série deve escancarar mais as crueldades cometidas pelo Império e como esse clima de insatisfação insuflou parte a organizar uma organização terrorista para iniciar uma guerra civil contra o sistema — a própria Aliança Rebelde. E, mais do que isso, o que devemos ver pela primeira vez em Star Wars, é que as coisas não são tão simples quanto a gente sempre acreditou.

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Um mundo muito mais cinza

Desde que Andor foi anunciada, a Lucasfilm destaca que a ideia é evidenciar que, em uma guerra, não existem mocinhos. Embora Star Wars tenha sido construído em cima do mito do maniqueísmo, da velha batalha do bem contra o mal, a gente sabe que uma guerra não é resolvida com discursos bonitos ou coisa parecida.

Por isso mesmo, a série deve se aprofundar nesse lado mais cinzento do conflito, mostrando que os heróis também cometem atrocidades e que não existem mocinhos em um conflito desse tipo. Assim, por trás de toda a pompa heróica dos Skywalker, existia um bando de soldados desconhecidos fazendo ataques a forças do Império, sendo tratados como terroristas e agindo de forma muitas vezes questionáveis.

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Isso é algo que já tinha sido apontado em Rogue One pelo próprio Andor. No longa, ele é retratado como um rebelde já calejado pela guerra e amargurado por todas as perdas e também por todas as atrocidades que ele próprio cometeu em defesa desse bem maior. E o que devemos ver é como ele chegou nesse ponto.

Pelo que foi revelado, Andor se passa cinco anos antes dos eventos do filme e deve focar justamente na formação de Cassian Andor como líder rebelde. Assim, é bem provável que ele surja ainda como criança em algum planeta explorado pelo Império e crescendo revoltado com todas as injustiças cometidas nesses planetas periféricos. A partir disso, ele deve ser cooptado pelos rebeldes e ter essa sua raiva instrumentalizada para a guerra.

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Esse é um caminho bastante lógico dentro desse discurso de que ninguém é inocente na guerra. Assim, sem passar pano para um regime autoritário e fascista como o do Império, a série deve mostrar que as boas intenções da Aliança Rebelde também se aproveitam de pessoas pobres e sem futuro para colocá-las na linha de frente em uma batalha em que as chances de morrer na miséria são altíssimas.

E um ponto que parece ser bem importante nesse jogo todo são os elementos políticos. Apesar de o Império se apresentar como essa força implacável, no momento em que a série se passa, ele ainda tenta transmitir um ar de normalidade para o regime — tanto que ainda há um Senado operante, ainda que sem poderes plenos. Isso só muda com a criação da Estrela da Morte em Uma Nova Esperança.

Esse lado político de Star Wars sempre foi melhor explorado no Universo Expandido e em obras que orbitavam aos filmes, de modo que vai ser muito interessante ver isso tudo sem aprofundado em Andor. Ainda mais se a série mostrar que lideranças políticas, como Mon Mothma (Genevive O’Reilly), sempre mantiveram seus privilégios enquanto as pessoas de verdade davam suas vidas por aquela luta.

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Uma história de espionagem

Por isso tudo, Andor deve adotar um tom bem diferente de qualquer outra produção de Star Wars. Seja por esse tom mais político da guerra e até pelo que os trailers mostraram, a série parece seguir por um caminho menos heroico e glamouroso, soando muito mais sujo e conspiratório — bem ao estilo de uma bela história de espionagem.

Não por acaso, o showrunner do seriado é ninguém menos do que Tony Gilroy, criador da franquia Bourne. No cinema, ele reinventou os filmes de ação ao trazer um tipo de história em que a espionagem não era mais aquela coisa plástica e irreal de James Bond, mas algo pesado e quase opressor. Uma mudança de paradigma tão forte que forçou o próprio 007 a se reinventar.

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E esse tom é algo que parece casar bem com o que Andor se propõe a fazer. Assim, podemos esperar que toda essa tensão conspiratória de uma guerra civil prestes a ser iniciada enquanto os rebeldes se mobilizam para enfraquecer o Império, não se importando com o modo com isso vai acontecer — tudo isso enquanto acompanhamos um protagonista que se corrompe cada vez mais enquanto acredita estar fazendo tudo pela causa. De boas intenções, até o inferno de uma galáxia muito distante está cheio.

Novos e velhos rostos

Uma boa dica de que a nobreza dos rebeldes vai ser questionada está no elenco que foi confirmado até aqui. Sabemos que Saw Gerrera (Forest Whitaker) está presente em alguns episódios e ele é uma figura central dentro desse período de Star Wars. Como o próprio Rogue One apresenta, assim como as animações The Clone Wars e Rebels, ele faz parte de uma célula muito mais extremista da rebelião e que acredita que os fins realmente justificam os meios na batalha contra o Império.

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Seguindo essa lógica do fim da dicotomia, ele pode ser uma peça-chave para o que a série se propõe a discutir. Isso fica ainda mais evidente com o papel de Mon Mothma, uma senadora que também atua como uma liderança rebelde.

Em paralelo a isso tudo, temos ainda nomes que ainda são incógnitas para o público, mas que devem ajudar a moldar essa personalidade rebelde de Andor. Isso inclui Luthen Rael (Stellan Skarsgard) e Bix Caleen (Adria Arjona), que devem ser membros da Aliança e que vão ajudar o protagonista em sua cruzada contra o Império.

Do outro lado, as forças do governo devem ser personificadas sobretudo em Syril Karn (Kyle Soller) e em Dedra Meero (Denise Gough), dois oficiais imperiais que devem ser incubidos de eliminar essa célula rebelde antes que ela cause mais dor de cabeça.

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E, ao que tudo indica, devemos ver pelo menos um deles passando a questionar os métodos do Império e se sentindo mal ao ver o que realmente as forças do Imperador estão fazendo na galáxia. Provavelmente isso deve ficar com Syril, que deve ter alguma crise de consciência no final para espelhar a derrocada do próprio Andor e mostrar que, no fim, ninguém é bonzinho em uma guerra.

Quando Andor estreia

A primeira temporada de Andor estreia no próximo dia 21 de setembro. A data marca o fim de uma série de adiamentos e, para celebrar, o Disney+ já confirmou que vai lançar três episódios de uma só vez. A partir daí, os lançamentos serão semanais às quartas-feiras.

Ao todo, serão 12 episódios que vão englobar um período de um ano na história. Uma segunda temporada já foi confirmada com mais uma dúzia de capítulos. Nesse caso, a trama deve acelerar mais e se passar em quatro anos, culminando nos eventos de Rogue One.