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A Maldição da Mansão Bly | O que é real em “O Altar dos Mortos”?

Por| Editado por Jones Oliveira | 19 de Outubro de 2020 às 12h43

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Para quem gostou e para quem não gostou de A Maldição da Mansão Bly, uma coisa geralmente é consenso: o episódio “O altar dos mortos” é um episódio bem diferente da narrativa linear dos demais capítulos da temporada, o que deixou alguns expectadores sem saber o que era verdade e o que era mentira.

O episódio diferentão não é novidade na série, já que em A Maldição da Residência Hill o episódio “A moça do pescoço torto” também tem um estilo bastante diferente. Enquanto na primeira temporada esse episódio ajudou muitos espectadores a entender o que estava acontecendo, o do novo seriado deixou parte do público ainda mais confuso.

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“O altar dos mortos” tem muito a dizer sobre Hannah Grose, que parece ser a peça menos variável da mansão, como governanta da casa. Desde o início da temporada, no entanto, a personagem aparece em diversos momentos em que aparenta não estar bem, perdendo-se em devaneios ou reclamando das suas muito ruins noites de sono, além de ser bastante estranho o fato de ela se recusar a comer ou beber.

“O altar dos mortos” é a revelação, para ela e para o público, de que Hannah está morta, mas como ela visita memórias que não são suas e revisita uma mesma memória repetidas vezes com Owen, é difícil entender o que é real de fato e o que é criado pela cabeça dela.

Nesse episódio, as memórias revisitadas incluem personagens-chave como Charlotte Wingrave, Rebecca Jessel e Peter Quint, mas é nas memórias com Owen que ela encontra uma espécie de lugar seguro, uma memória em que ela se sente livre para questionar o que está fazendo, o que a conduz até o entendimento de que o Owen não é uma memória apenas, mas uma projeção da sua mente através de uma memória.

O Owen da memória é, na verdade, a própria Hannah, confrontando-se até o momento em que descobre, enfim, que está morta.

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O CBR aponta que esse é um dos momentos mais importantes na hora de compor o lore da série: o processo psicológico pelo qual Hannah está passando tem a ver diretamente com a casa. A morte, causada por Miles sob influência de Peter, impediu a libertação do espírito de Hannah pela maldição que toma conta de todo o espaço físico da Mansão Bly.

Presa ao local, Hannah sequer tinha passado pelo processo de aceitação da sua morte. Em “O altar dos mortos”, ela passa por diversos sintomas de ser um fantasma na amaldiçoada mansão, mesmo sem ter noção de que está morta.

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Sendo assim, por Hannah passear por suas próprias memórias e pelos devaneios de outras pessoas e fantasmas, é difícil definir o que realmente é verdade. Aparentemente, o formato da memória é o que mais se aproxima do real, mas cada vez que qualquer fantasma entra em um devaneio, as memórias são alteradas, às vezes para melhor, às vezes para pior. Alguns elementos da memória sempre se repetem, mas o que importa não é a memória real, mas sim como eles rompem com ela e o que muda a cada vez que a memória é revisitada.

Para além da revelação do real status de Hannah, “O altar dos mortos” também diz respeito aos momentos não vividos ou explorados por Hannah, tudo o que ela deixou de viver com Owen: se ela tivesse abraçado seu relacionamento com ele, não só teria sido possível viver o romance, como provavelmente ela ainda estaria viva.

Como em qualquer peça audiovisual muito estranha, essa é apenas uma interpretação possível. A ideia, aqui, é mostrar como a série articulou diversos elementos em um episódio que segue a lógica do sonho e, justamente por isso, soa bastante estranho. Embora A Maldição da Mansão Bly não seja uma obra exatamente complexa, outras ideias sobre “O Altar dos Mortos” podem surgir.

Tem outra ideia sobre isso? Compartilhe com a gente nos comentários!

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Fonte: CBR