5 motivos para assistir A Casa Sombria
Por Durval Ramos | Editado por Jones Oliveira | 25 de Setembro de 2021 às 19h30
A Casa Sombria acabou de ser lançado nos cinemas rodeado de muita curiosidade. O filme estrelado por Rebecca Hall (Godzilla vs. Kong) foi bastante elogiado pela crítica internacional pela sua proposta e pelo atmosfera criada na trama — e, em tempos de retomada do cinema, foi o suficiente para colocá-lo no radar de muita gente.
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Só que, além dos elogios vindo de fora, existem outras razões pelas quais o filme merece ser visto. Apesar de a história da professora que começa a sentir uma estranha presença em casa após a morte do marido e a descobrir os segredos que ele guardava não seja assim tão original, a forma como tudo é conduzido chama a atenção e o ousado final é algo que a gente encontra muito pouco por aí.
Assim, se você está na dúvida se vale a pena ou não conferir o longa, o Canaltech traz cinco motivos que podem ajudá-lo a decidir se vale a pena assistir ao ótimo suspense de A Casa Sombria.
5. Flertando entre gêneros
Ao assistir ao trailer, você tem certeza de que A Casa Sombria é um filme de terror. Contudo, essa é apenas uma das facetas do longa. A trama é, na verdade, um belo suspense que mantém o espectador intrigado e tenso do começo ao fim, mas que flerta muito bem com outros gêneros para compor sua história.
Assim, em determinados momentos, ele entra no campo do terror e se apropria de algumas estruturas e linguagens para conduzir o espectador por esse lado sobrenatural. Em outros, ele mergulha no drama psicológico para puxar o público para esse lado mais humano e pessoal da protagonista.
O interessante é que o filme faz todas essas transições muito bem a ponto de você ficar se perguntando qual é o gênero real do longa. Essa dúvida está longe de ser um problema, pois só mostra como o roteiro sabe conduzir sua história por campos tão diferentes sem se perder — e com um propósito bem claro de seu roteiro.
4. Não é óbvio
Um dos maiores crimes de um suspense é ser óbvio. Sabe aquela história que na metade você mata a charada do que está acontecendo e todo o resto se torna só uma lenga-lenga sem fim? Isso não é um problema para A Casa Sombria, que consegue levar a trama para lados inesperados e surpreender o público até o último minuto.
Ao longo de todo o roteiro, o filme vai dando pistas sobre o que está realmente acontecendo com a protagonista e o mistério envolvendo a sua casa e a morte do marido. Só que, quando você acha que encontrou a resposta, ele traz evidências que levam para um caminho totalmente diferente. E ele vai brincando com o espectador até o final.
Por mais que você seja um veterano em histórias assim, a surpresa no final é quase inevitável. E não se trata de nada fora da caixinha, já que todos os indícios foram apresentados desde o começo. O destaque mesmo é o modo como o roteiro consegue colocá-lo dentro desse labirinto para que você não consiga ver o que vem logo à frente.
3. Final aberto
E essa surpresa resulta justamente em um final bastante aberto. Embora A Casa Sombria traga respostas sobre o mistério que ronda a personagem de Rebecca Hall e sua casa, cabe a você atribuir significados àquilo tudo e decidir o que é verdadeiro e o que não é. Ou será que todas são?
Como dito, o filme cria diferentes trilhas para você seguir ao longo da trama e, dependendo das pistas que você coletou, a sua interpretação do final muda. Isso deixa tudo ainda mais interessante, pois te deixa pensando no roteiro por muito tempo e com vontade de rever tudo para seguir por outro caminho e ver se as explicações também se encaixam.
Essa ambiguidade é algo muito difícil de ser construída e é ainda mais complicado fazer com que um final aberto dessa forma seja satisfatório. Por isso, pode ter certeza que muita gente vai torcer o nariz para a falta de respostas em A Casa Sombria, embora todas elas estejam lá — mesmo que não de forma óbvia. E é isso que faz o longa ser tão mais interessante do que a maioria dos suspenses por aí.
2. Rebecca Hall carrega o filme nas costas
Não é exagero dizer que A Casa Sombria é quase como um monólogo de Rebecca Hall. A atriz passa a maior parte do tempo sozinha em casa lidando com essa presença que ela não entende o que é e revirando os segredos do marido — o que joga em seus ombros a responsabilidade de conduzir essa ambiguidade do roteiro.
E ela faz isso muito bem. A partir da força da sua atuação, a gente transita entre o terror de lidar com o sobrenatural cada vez mais próximo e o drama de ter que lidar com o luto e a busca por respostas que preencham o vazio deixado por uma morte tão traumática. E ela faz esses saltos de forma muito natural, sem cair nos exageros e dizendo muito só pelo olhar.
1. Discussão densa
Todos esses pontos citados acima convergem para a grande discussão a que A Casa Sombria se propõe: como encaramos o luto, a morte e a própria depressão. Toda essa ambiguidade que o final aberto propõe e as questões apresentadas ao longo da trama apontam justamente para as diferentes leituras que podemos ter desses tópicos.
Assim, o sobrenatural funciona não como um elemento de terror, mas como uma alegoria para as fantasias que a gente cria para explicar nossas próprias dores e nossas ações autodestrutivas. E é interessante como o filme trata essas questões tão densas, ora partindo para esse lado mítico da coisa, ora sendo racional — e sem cair nas armadilhas das analogias baratas ou de banalizar um assunto sério.
A Casa Sombriaestá em cartaz nos cinemas de todo o Brasil; garanta seu ingresso na Ingresso.com.