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Pandemia aprofunda desigualdade entre mulheres e homens no empreendedorismo

Por| Editado por Claudio Yuge | 02 de Dezembro de 2021 às 14h20

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Envato/amenic181
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A pandemia de coronavírus ampliou a desigualdade de gênero nos pequenos negócios, segundo um estudo do Nubank com o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em 2020, MEIs liderados por homens apresentaram uma receita média 10,8% superior à das mulheres. Nos primeiros sete meses de 2021, essa diferença subiu para 23%.

A base de análise do estudo veio de três fontes: os clientes do Nubank que abriram conta pessoal e de pessoa jurídica na fintech, além de donas e donos de micro e pequenos negócios; o banco de dados de pequenas empresas do Sebrae; e análises e recomendações sobre políticas públicas do BID, realizados a partir de dados públicos.

Outros dados importantes da pesquisa do Data Nubank — a plataforma de estudos sobre finanças do Nubank — foram:

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  • O número de mulheres empreendedoras caiu 50% a mais do que o número de homens que fecharam seus negócios;
  • Em 2019, as mulheres conseguiram guardar 17,2% em volume financeiro a menos do que os homens, segundo os registros na plataforma do Nubank. Em 2021, o percentual aumentou para 47,6%;
  • Durante a crise, 53% dos homens donos de microempresas contraíram empréstimos para manter seus negócios; 47% das mulheres usaram desse recurso;
  • Cerca de 21% das mulheres têm conhecimento em experiência com investimentos, contra 37,9% dos homens.

Mesmo antes da crise de covid, as MEIs mulheres já dedicavam cerca de 10,4 horas a mais que homens por semana em atividades domésticas e de cuidado com a família, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Isso confirma que a lacuna entre os gêneros no país ainda é um dos desafios mais evidentes do empreendedorismo por aqui e se reflete no quanto cada empreendedor ganha em seus negócios”, comenta Rafaela Nogueira, gerente de relações institucionais no Nubank.

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Segundo o BID, o fechamento de creches e escolas também impactou mais as mulheres ao trazer o acúmulo de jornadas de trabalho, incluindo as empreendedoras.

“São mulheres que precisaram fechar seu negócio e que, por outro lado, sem a renda oriunda desse trabalho, vêm os homens com uma capacidade de poupança muito superior ao delas. Por isso, é fundamental questionar o que podemos fazer enquanto sociedade para superar os desafios do empreendedorismo feminino, e batalhar para que as lacunas de gênero sejam, se não eliminadas, ao menos reduzidas”, disse Renata Malheiros, coordenadora do Sebrae Delas, programa de aceleração de negócios liderados por mulheres.