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Mulheres sofrem mais para manter negócios no empreendedorismo brasileiro

Por| Editado por Claudio Yuge | 15 de Julho de 2021 às 15h20

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Envato/amenic181
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O empreendedorismo brasileiro é majoritariamente feminino. Mesmo assim, viver do próprio negócio é bem mais difícil para as mulheres. Isso é o que aponta a 11ª edição da pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, do Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo o estudo, apenas 28% das donas de pequenos negócios conseguiram pagar os gastos do dia a dia com recursos provenientes da própria empresa nos últimos 12 meses. Além disso, 80% delas experimentaram queda de faturamento em 2020. Entre os empreedores masculinos, os percentuais são 37% e 78%, respectivamente. E mais: as empresas comandadas por homens são o principal rendimento da família em 81% dos casos, enquanto, entre as mulheres, a proporção é de 68%. 

Para Carlos Melles, presidente do Sebrae, a diferença pode ser explicada pelo fato de grande parte das empreendedoras ter de dividir seu tempo entre trabalho, família e casa. “Sobra menos tempo para a gestão do negócio. Houve um crescimento muito grande de mulheres no empreendedorismo por necessidade: ou seja, elas não tiveram muito tempo para se capacitar e planejar. Isso tudo afeta o faturamento da empresa.”

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Todos esses percalços têm feito as mulheres ficarem mais aflitas do que os homens. A pesquisa revela que 58% das empreendedoras ainda têm dificuldade para manter o negócio, contra 55% entre os homens. Apesar disso, elas são mais otimistas: eles esperam melhora só daqui a 18 meses, mas elas acreditam que a situação vai voltar à normalidade em 17 meses.

Mesmo com as dificuldades, as mulheres não deixam de inovar e de aderir ao comércio eletrônico. Os negócios femininos são mais digitalizados (72%) e 30% deles tem mais da metade do faturamento oriundo das plataformas online. No universo masculino, 64% usam os meios eletrônicos e mais da metade do faturamento vem da internet para 25% deles.