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Como a internet pode te ajudar a estudar biologia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Maio de 2021 às 18h10

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ktsimage/Envato
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A tecnologia busca trazer soluções para as pessoas. No que diz respeito a aprender novos conteúdos, não é diferente. Por meio de vídeos, plataformas e apps, é possível estudar para se preparar para os vestibulares ou para as provas. Isso engloba inúmeras disciplinas, e hoje vamos focar na biologia.

Canais do YouTube

Já não é de hoje que o YouTube pode se tornar uma verdadeira sala de aula para quem está buscando vídeos educacionais. E um dos canais que pode ajudar a compreender conteúdos de biologia é o Biologia com Samuel Cunha, que une mais de 600 mil inscritos.

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Em conversa com o Canaltech, o professor Samuel conta que a ideia de levar seus conhecimentos para os vídeos começou em 2009, quando precisou assistir a um vídeo de um professor para compreender determinado conteúdo. "Quando fiz esse processo e o vídeo me ajudou, eu falei ‘Um dia vou gravar para o YouTube’. Olha o quanto pode ser transformador. Eu poderia transmitir o conhecimento para qualquer pessoa. Isso fez muita diferença. Abri o canal depois, em 2015", relembra.

Questionado sobre as diferenças de ensinar no YouTube e ensinar na sala de aula, Samuel conta que o conteúdo é o mesmo, mas a forma como precisa preparar a aula é diferente. "No YouTube, não dá para gastar 50 minutos como gasta em uma aula presencial, porque na sala de aula, há toda uma interação com o aluno. Ao gravar para o YouTube, como não há interação com o aluno, a aula reduz 50% o tamanho", conta.

Já em relação aos principais desafios de ser um edutuber (como são chamados os youtubers da área da educação), Samuel descreve primeiramente o tempo, uma vez que a realidade do professor no Brasil envolve ter que lidar com muitas aulas, e levar trabalho para casa. O segundo desafio apontado pelo professor é justamente se dispor a gravar um vídeo, considerando que nem todos se sentem à vontade. Já o terceiro desafio envolve os recursos, pela necessidade de câmera, luzes, equipamentos. "É um problema que, agora, na pandemia, diminuiu bastante, porque os professores tiveram que se reinventar. Todos os professores acabaram dando aula online, e isso favoreceu um pouco essa variável", afirma.

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Para o edutuber, aprender se tornou mais fácil com a ascensão das redes sociais. Samuel reflete que hoje o estudante tem condições de estudar as matérias do ensino médio inteiro só assistindo vídeos do YouTube, mas ressalta: "A gente deve se lembrar que vive em um país extremamente desigual, onde muitos estudantes ainda não têm acesso à internet. Então a gente imagina que, enquanto facilitou para muitos, ocorre também um distanciamento entre aqueles que têm acesso e os que não têm".

O professor ainda aproveita para dar dicas para os internautas: "O primeiro passo para estudar em casa, online, pelo YouTube ou pelas plataformas, é a organização do tempo. O estudante precisa ter um foco muito grande e, sobretudo, organizar e cumprir o seu tempo. Se ele pôs no papel que vai estudar das sete ao meio-dia e depois das duas às seis, tem que cumprir esse horário, mesmo que dê sono, mesmo que esteja cansado, porque a tentação é muito grande", recomenda.

"O primeiro aprendizado que tive como youtuber, é que foi um passo muito importante na minha carreira. Hoje tenho estudantes online do Brasil inteiro. Aprendi também que todo mundo, indiferente da profissão que tem, talvez possa dar um passo para ajudar outras pessoas e ter retribuição pelo seu trabalho. Como youtuber e professor eu aprendi que é muito gratificante poder ajudar os estudantes, impactar positivamente a vida de alguém que talvez não teria dinheiro para pagar um cursinho no qual os professores que estão no YouTube também estariam", conclui o professor.

Outro canal que pode ajudar nessa tarefa é o Prof. Guilherme Goulart - Biologia, que acumula mais de 200 mil inscritos. Em 2016, Guilherme chegou a fazer um vídeo de revisão para o vestibular, e os alunos o incentivaram a criar um canal.

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O professor destaca as diferenças entre ser um youtuber e ser especificamente um edutuber: "O youtuber trabalha com assuntos muito quentes, que geram interesse, despertam curiosidade. Não que a educação não possa fazer isso. Mas a educação exige uma série de formalidades, critérios, seguir certas cartilhas importantes, leis e diretrizes com bases educacionais. E, claro, uma grade de currículo que a gente tem fixa para o ensino fundamental e ensino médio no nosso país", afirma.

Guilherme acrescenta que uma barreira a ser quebrada é que um vídeo educacional dificilmente atinge a popularidade de um vídeo de humor, por exemplo. "O vídeo de humor às vezes atinge milhões de visualizações em poucos dias. O vídeo educacional é gradativo, mesmo com um apelo muito forte, como revisão para o ENEM. Perto daquilo que os grandes youtubers conseguem é muito pouco", reflete.

O edutuber ressalta uma positividade das redes sociais: a acessibilidade. "Hoje um aluno de um colégio super elitizado com a mensalidade altíssima vai ter a mesma aula dentro do YouTube gratuitamente. Isso facilita muito o acesso. O aprendizado não está mais fácil necessariamente, porque no momento que se tem em sala de aula um professor fornecendo além do conteúdo uma troca de olhares que permita aquele professor identificar que aquele aluno não entendeu direito, podendo criar novas abordagens em sala de aula", afirma.

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Em contrapartida, o professor observa que se a gente tivesse mais disponibilidade de professores e escolas mais engajadas em todas as regiões do Brasil, o ensino teria se tornado mais fácil, mas essa não é a realidade. "Aquela criança que veio sem base, que não teve o necessário para fazer compreensão de conteúdos mais complexos que estão disponibilizados na internet vai aprender com mais facilidade? Talvez não. Talvez a resposta ainda não esteja na internet".

Assim como Samuel, Guilherme também traz três dicas aos estudantes. A primeira delas é organização. "Se não tiver a organização de uma vida estudantil pela internet, você não chega a lugar nenhum. A grande facilidade do estudo presencial é a obrigatoriedade. Por mais que pareça ser algo impositivo e ruim, é ela que te faz acordar cedo, assistir cinco aulas pela manhã e fazer atendimentos, monitorias, resolução de exercícios durante o período da tarde. A obrigatoriedade faz você entrar no caminho. No momento em que se está pela internet, não tem mais aquela obrigação. Você é dono do seu ritmo", afirma.

A segunda dica é procurar estudar com início, meio e fim para absolutamente tudo. "Uma coisa muito errada que os alunos fazem ainda é estudar para a prova que vem no dia seguinte. Dentro da internet, as coisas estão totalmente atiradas, então você pode não conseguir conectar informações. A biologia, por exemplo, é uma só. Desde a primeira aula até a última. Por isso coloco no meu canal toda a biologia dividida em módulos e todas as aulas numeradas", expõe o professor.

Já a terceira dica é manter sempre em dia a saúde mental. "Isso é muito relevante. Os alunos pela internet estão mais suscetíveis a abalar psicologicamente, porque não têm o incentivo do professor, dos colegas ao redor. Você vai ter que encontrar esse incentivo por conta própria, e é muito mais difícil encontrar esse incentivo quando você está abalado psicologicamente", conclui.

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Plataformas

Plataformas, gratuitas ou pagas, também são formas da tecnologia ajudar a estudar biologia. Uma delas é do próprio professor Samuel. Ao assinar um plano, o estudante se depara com conteúdos que vão além do que o edutuber explica em seu canal, além de ter acesso a simulados, planos de estudos semanais e até monitorias individuais. A plataforma se concentra em apresentar materiais que vão desde a biologia básica até a avançada.

Outra plataforma paga é a Bio Online, onde o aluno escolhe o plano com base no assunto em questão, como bioquímica, citologia, etc, mas também há pacotes mais completos, que abordam vários assuntos simultâneos (que, por isso, acabam custando um pouco mais). Entre as pagas, a Stoodi também oferece planos de acordo com a intenção do estudante, e apresenta conteúdos e exercícios para quem precisa de uma forcinha na matéria. A Biologia Total também oferece a opção de assinar planos para ter acesso a videoaulas, exercícios, simulados, apostilas, monitorias e métricas individuais de estudo.

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Por sua vez, a plataforma do professor Guilherme Goulart é gratuita, com direito a videoaulas e listas de exercícios. Entretanto, dentro da própria plataforma, o aluno também pode comprar materiais, como gabaritos de vestibulares comentados, sobre assuntos que vão da biologia até química e física. A Só Biologia também tem uma proposta semelhante: dispõe de vários materiais e exercícios gratuitos para os internautas, mas traz a opção de materiais pagos, com videoaulas e até jogos e atividades educativas.

Aplicativos

Outro jeito de aprender biologia é com aplicativos, como o Curso de Biologia (Android), que explora seres vivos e sua origem, sua evolução e suas propriedades, além de informações básicas sobre a estrutura, função celular, tecidos e sistemas, de forma totalmente gratuita. Enquanto isso, o app BiologiaMaster (Android, iOS) traz vários questionários sobre átomos, células, seres vivos, genética e evolução.

Já o Biologia Celular (Android) funciona como uma espécie de enciclopédia: traz conteúdos e fotos sobre anatomia celular, meiose e mitose, citocinas, processos celulares, sinalização, movimento, fatores de crescimento, etc. Ele se concentra em definições de características e termos, proporciona buscas por voz e pode ser utilizado de maneira offline.

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Por fim, o Quiz Biologia (Android) é mais voltado para treinar o conhecimento mesmo. Traz várias perguntas referentes a diferentes assuntos da disciplina, como citologia, embriologia, histologia, microbiologia, botânica, zoologia e genética.