WhatsApp impulsiona em 20% o comércio de produtos da Casas Bahia e do Ponto Frio
Por Claudio Yuge |
Em tempos de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), vários negócios têm explorado ainda mais as plataformas digitais. E uma das maiores ferramentas utilizadas para vendas sem o tradicional contato próximo dos comerciantes é o WhatsApp. De acordo com a ViaVarejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, o mensageiro já é responsável por 20% das transações.
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O Me Chama no Zap foi criado durante a crise da COVID-19, como uma forma de impulsionar o ecommerce fora dos canais tradicionais. O sistema foi desenvolvido em cerca de quatro dias e inicialmente contava com 1 mil funcionários no atendimento. Agora, são aproximadamente 7, 5 mil colaboradores ativando as ofertas via WhatsApp.
Com os bons resultados, a ViaVarejo ganhou quase 10 pontos percentuais de mercado nas últimas semanas. Na telefonia celular, por exemplo, a companhia abocanhou 44,3% do setor nacional, o que significa que metade dos aparelhos vendidos no Brasil passaram pela marca, segundo Roberto Fulcherberger, diretor-executivo da companhia, participou de transmissão da corretora XP Investimentos nesta segunda-feira (27).
Previsão é de queda no consumo nos próximos meses
Embora o WhatsApp esteja ajudando as transações e boa parte das unidades da ViaVarejo esteja novamente de portas abertas devido às resoluções municipais de atendimento limitado, a expectativa geral no setor é de que a população compre menos após o período de isolamento. Isso porque os desligamentos de trabalhos em muitas empresas nesses primeiros meses do ano terão forte impacto na economia do segundo semestre.
Segundo o executivo, o fechamento de lojas gerou queda imediata de 70% do faturamento da companhia e, ao longo das semanas, a perda até foi, em parte, recuperada. O faturamento atual está entre 70% a 80% do atendimento em dias normais antes do confinamento. A tecnologia, então, terá um papel fundamental no fluxo de caixa.
"Nossas lojas têm WiFi. Na hora que o cliente entrar na loja, já vou capturar ele e sei exatamente quem está entrando. Vamos imaginar que seja seu José. Na tela do último vendedor que o atendeu, vai aparecer que José está entrando na loja, mostrar sua foto, o que comprou nos últimos anos, o crédito que tem com a gente e, teoricamente, o que está pré-disposto a consumir", explicou Fulcherberger.
Vale destacar que essa estratégia é amplamente utilizada pelas plataformas que usam esses dados com o consentimento dos clientes. Como dá para notar, a integração das vendas multicanais, com apoio massivo dos ambientes digitais, será ainda mais importante no cenário pós-COVID-19.
Fonte: FolhaPress via Zero Hora