Plataforma Temu chegará ao Brasil como nova rival de Shein e Shopee
Por Vinícius Moschen • Editado por Wallace Moté |
A chegada de lojas como a Shopee e a Shein provocou grandes mudanças no e-commerce brasileiro ao longo dos últimos anos, e esse processo pode se intensificar em um futuro próximo. Afinal, a chinesa Temu também deve se juntar a esse grupo no Brasil ainda em 2023, com ampla experiência de vendas online, de acordo com informações divulgadas pelo portal NeoFeed.
- Estados aprovam imposto de 17% para compras em Shopee, Shein e Aliexpress
- Brava Outlets é golpe? Esquema usa site falso e até foto de criador de conteúdo
A varejista já conta com cerca de 900 milhões de usuários na China, além de ter o aplicativo de e-commerce mais baixado em 11 países — incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Canadá.
Com capital aberto na bolsa americana Nasdaq, a Temu já é avaliada em mais de US$ 100 bilhões, algo equivalente a cerca de R$ 480 bilhões em conversão direta na cotação atual.
Além disso, de acordo com relatórios da Bloomberg Second Measure, a plataforma já vendeu 20% a mais que a Shein no mercado dos Estados Unidos.
Seu modelo de negócio se aproxima de nomes como Amazon e Shopee, em que as estratégias incluem a comercialização direto da fábrica, com preços mais baixos que a concorrência. Consequentemente, ele se distancia um pouco do que é feito pela Shein, que tem uma marca própria e produz itens com uma rede de fornecedores.
Outra distinção com a Shein está no fato de que a Temu não vende apenas roupas. Além delas, os produtos que poderão ser comprados no Brasil incluem produtos de beleza, eletrônicos, calçados, jóias e mais — com grande parte dos itens importados diretamente da China.
Shein e Temu têm disputa judicial
A divulgação de seus serviços por meio de propagandas já gerou polêmicas envolvendo a Temu. No passado, a própria Shein entrou na Justiça contra a empresa, alegando que ela teria utilizado influenciadores para fazer declarações “falsas e enganosas” contra a Shein nos conteúdos publicitários.
A marca também teve problemas com o Google, quando seu aplicativo foi retirado da Play Store sob a alegação de que ele contia um malware — algo que a Temu sempre negou.
Mesmo com as polêmicas, as estratégias de divulgação da Temu devem ser as mesmas adotadas em países da América do Norte, onde a companhia ganhou projeção rapidamente. Entende-se que o recrutamento de influenciadores digitais é uma forma de chamar a atenção para a Temu e para o seu aplicativo, mantendo altas as quantidades de downloads.
Estima-se que o início oficial das operações da Temu no Brasil aconteça apenas no final do ano, mas a estruturação já está acontecendo nos bastidores. Para isso, diversos executivos chineses já visitaram e até se mudaram para território nacional, com o objetivo de acompanhar o progresso mais de perto. Curiosamente, a empresa vem ao Brasil em um momento conturbado para compras online de lojas internacionais, já que alguns estados brasileiros acabaram de aprovar um imposto de 17% para compras feitas no exterior.
Fonte: NeoFeed