Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Hábitos brasileiros provocam mudanças no design e operações do Alibaba

Por| 24 de Junho de 2015 às 08h57

Link copiado!

Hábitos brasileiros provocam mudanças no design e operações do Alibaba
Hábitos brasileiros provocam mudanças no design e operações do Alibaba
Tudo sobre Alibaba

O grupo chinês Alibaba não guarda muitos segredos quando o assunto é falar sobre a importância do mercado brasileiro para suas plataformas de e-commerce.

Desde que começou a operar por aqui com seu site de vendas B2C, o AliExpress, em 2010, o serviço observou o Brasil se tornar um dos três principais mercados globais em número total de compradores na plataforma, ao lado dos Estados Unidos e da Rússia. Desde 2011 o país nunca mais deixou o topo do ranking e, mesmo passando por um momento de crise, não dá sinais de que perderá importância dentro do site.

"Uma coisa que chamou atenção do Alibaba desde o começo foi o potencial do Brasil", afirmou o líder das operações do AliExpress para o Brasil, Lucas Peng, durante o evento do setor de e-commerce eShow, em São Paulo. "O e-commerce brasileiro não deixa nada a desejar, o consumidor já está comprando nas mesmas categorias mais procuradas pelo mundo".

Baseado na sede do Alibaba Group em Hangzhou, na China, Peng é hoje o responsável pela operação das plataformas do grupo por aqui, que já inclui versões localizadas de sites e serviços como o AliExpress e Alibaba.com. De acordo com o executivo, a relevância do Brasil para o Alibaba foi tão grande que logo o país começou a pautar decisões dentro do grupo, diretamente influenciadas pelos hábitos e demandas dos consumidores brasileiros.

Continua após a publicidade

O head da operação brasileira do Alibaba, Lucas Peng, durante palestra no eShow, em São Paulo (foto: Rafael Romer/Canaltech)

Algumas das implementações foram feitas com o objetivo claro de trazer mais compradores brasileiros para a plataforma, como a tradução do AliExpress para português em 2013. Uma série de mudanças no sistema de cobranças também foi integrada para favorecer clientes nacionais, como a inclusão das cobranças por transferência bancária, boleto bancário e até boleto móvel.

Mais recentemente, o grupo fechou uma parceria com a Visa para integrar pagamentos com cartões de crédito pré-pagos no Brasil, uma opção comum entre compradores que querem ter mais controle sobre a compra em dólares por causa da variação do câmbio da moeda norte-americana.

Continua após a publicidade

A importância do mercado nacional levou até a algumas mudanças globais na forma com que o serviço e o grupo atuam. Segundo o líder da operação brasileira, modificações de design e comportamento da plataforma foram incluídas no site motivadas por análises de hábitos dos consumidores brasileiros. "O Brasil tem ajudado a melhorar o AliExpress, a demanda do brasileiro, que é mais específica, mais exigente, tem trazido uma série de mudanças para a plataforma. E muitas vezes isso começa pelo Brasil", afirmou Peng.

Entre as novidades introduzidas através de hábitos de compradores nacionais está o aprimoramento da busca dentro do site. De acordo com o executivo, o AliExpress notou que consumidores nacionais buscavam produtos com mais detalhamento na plataforma na tentativa de encontrar o resultado desejado mais rapidamente. O resultado disso foi que o site passou a oferecer resultados dentro de subcategorias de produtos na tentativa de otimizar as buscas.

Isso também colocou o Brasil na mira das promoções sazonais do site. No ano passado, o site promoveu pela primeira vez no país descontos de até 50% de um dos principais feriados chineses do varejo, o chamado "Dia dos Solteiros", o dia 11 de novembro - semelhante à conhecida Black Friday dos Estados Unidos. O grupo não divulga os resultados da promoção aqui, mas afirmou que o número de vendas "superou as expectativas" no Brasil. A primeira compra feita no Dia dos Solteiros, aliás, foi registrada no Brasil.

Apesar da relevância do mercado nacional dentro do Alibaba, Peng indica que o país ainda precisa melhorar em algumas áreas se quiser alavancar completamente o potencial do seu setor de e-commerce. Morando na China há cinco meses, ele faz uma comparação com algumas facilidades que já estão disponíveis no mercado, mas ainda não deram as caras por aqui.

Continua após a publicidade

Segundo ele, as formas de pagamentos móveis seriam uma dessas áreas, que já é mais avançado na China do que no Brasil. O site não revela o número, mas Peng afirma que as compras fechadas em dispositivos móveis no Alibaba dentro do Brasil hoje são "significativas" e fica um pouco acima da faixa de 10% a 15%. Outro desafio indicado pelo executivo é um já conhecido obstáculo do mercado nacional: a logística. "Aqui a gente tem, vira e mexe, dificuldade para receber os produtos", comentou Peng. "Lá [na China] há uma estrutura preparada para receber os produtos remotamente, como armários coletivos com senhas que o entregador te manda por SMS. Tem várias coisas interessantes".