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Inteli vai oferecer primeira graduação 100% baseada em projetos no Brasil

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Outubro de 2021 às 19h47

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Divulgação/Inteli
Divulgação/Inteli

É o primeiro dia de aula de um curso superior no Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli). Os alunos chegam e encontram mesas para serem divididas com outros sete colegas, em vez das carteiras individuais tradicionais. As salas são, inclusive, chamadas de ateliês e lembram um espaço de coworking.

Essa cena deve acontecer pela primeira vez em fevereiro de 2022, quando a instituição planeja iniciar suas atividades. Lá, as aulas serão conduzidas com incentivo às atividades colaborativas até o fim do processo educacional: o modelo é 100% baseado em projetos desenvolvidos em grupos de trabalho.

O formato é o mesmo em todas as quatro graduações oferecidas: engenharia de computação, ciência da computação, engenharia de software e sistemas de informação. Os cursos terão conteúdos de áreas como ciência de dados, inteligência artificial, inteligência de mercado e marketing digital.

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A ênfase será em atividades práticas. “A distância entre o que o ensino superior oferece e o que o mercado de trabalho procura é cada vez maior”, diz Maíra Habimorad, CEO do Inteli. “Os projetos são reais, a partir de demandas reais de organizações reais, que incluem ONGs, governos, startups, grandes empresas e outros.”

Ela destaca que o mercado já é bastante desenvolvido na formação de desenvolvedores, mas que a preparação de líderes para a área de tecnologia ainda é deficiente. “Para ocupar posições de liderança, saber programação não é suficiente”, aponta.

Metodologia adequada

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O espaço para as aulas do Inteli está sendo finalizado. A unidade de ensino vai ficar no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), como participante do IPT Open, o programa de inovação aberta da entidade. “O que mais nos motivou a estar lá é a colaboração com o ecossistema que se formou nesse espaço.”

Isso é essencial para a instituição, que é a primeira a oferecer cursos superiores 100% baseados em projetos no Brasil. Para ter certeza de que a metodologia é adequada, o Inteli fez três bootcamps, pelos quais já passaram 100 alunos. “Já sabemos que a proposta funciona e dá resultado.”

Segundo Maíra, o engajamento dos alunos foi muito alto nos bootcamps. “Tivemos 97% de presença nas aulas e, dos 27 que começaram a primeira turma, 25 concluíram. E éramos completamente desconhecidos, tanto que nem nome tínhamos ainda”, diverte-se ela.

Ao perguntar aos participantes o que os manteve engajados, três aspectos foram apontados. “Eles disseram que o que os manteve engajados foi ter um projeto real, aprender temas que já conheciam, mas não havia aprendido porque não entendiam a aplicação, e ter o senso de pertencimento ao grupo.”

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Grade curricular tem três eixos

Maíra explica que a grade curricular segue o determinado nas diretrizes curriculares do Ministério da Educação para cada curso e agrega o que as empresas julgam importantes nos profissionais dessas carreiras. Por isso, o Inteli atua para desenvolver competências nos eixos de computação, negócios e liderança.

O primeiro ano é comum para todos os cursos e os projetos já estão definidos. “Estão especificadas também as competências de computação, de negócios e de liderança que cada aluno precisa aprender para desenvolvê-los”, diz Maíra. “Já sei, por exemplo, que o primeiro é um jogo digital e o segundo é uma aplicação para web. Só não sei ainda qual vai ser o parceiro de mercado e qual a finalidade de cada produto.”

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Um terço da carga horária é reservado para os projetos que vão atender a necessidades de companhias de diferentes segmentos e portes — aqui, um orientador vai conduzir as atividades. Outro terço fica dedicado ao autoestudo: para a equipe do Inteli, é fundamental ensinar os estudantes a aprenderem sozinhos. O terço restante é preenchido por atividades instrucionais. A avaliação segue na mesma linha: há exercícios para serem entregues regularmente, provas e, claro, a condução do projeto em si.

O primeiro e o segundo anos dos cursos têm aulas presenciais em tempo integral. No terceiro ano, as atividades no Inteli são concentradas pela manhã e o estudante pode fazer estágio à tarde. No último ano, ele vai poder trabalhar o dia todo. “O currículo começa muito intensivo e fica menos intensivo ao longo do curso.”

Perfil do aluno

E qual é o perfil do aluno do Inteli? “Buscamos inconformados. Indivíduos que queiram transformar suas realidades e acreditam que a tecnologia é uma boa ferramenta para isso”, ressalta Maíra. “Além disso, queremos incentivar a participação feminina: temos diversas iniciativas para atrair cada vez mais mulheres para o universo da tecnologia.”

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Das 240 vagas abertas para 2022, 90 são para bolsistas — isso representa 37,5% do total. “Queremos ter o maior programa de bolsas de estudos de instituições privadas do Brasil”, conta Maíra. Os estudantes interessados nas bolsas de estudos serão selecionados por assistentes sociais do Inteli.

Os bolsistas vão receber, além do acesso gratuito à graduação, curso de inglês, moradia a 1 Km do campus e alimentação. “Queremos ter uma comunidade plural e, para isso, não podemos excluir aqueles que não tiverem condições financeiras de frequentar o Inteli. Um aluno de outro Estado precisa de mais que apenas a mensalidade gratuita.” Já os alunos pagantes terão de desembolsar R$ 5.500 mensais — que contemplam apenas o curso.

Entre os interessados, até agora, pouco mais de 50% são do Estado de São Paulo. O restante vem de todos os Estados do Brasil e até de outros países, como Guiné-Bissau e Moçambique. “Isso nos deixa muito felizes. É exatamente o que buscamos.”

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Processo seletivo

O processo seletivo inclui análise de perfil, prova e projeto. As inscrições estão abertas até terça-feira (2) e o candidato precisa responder a três perguntas abertas sobre si mesmo. Essa etapa equivale à redação. Já a prova ocorre na sexta-feira que vem (5): ela é eliminatória e avalia apenas lógica e matemática em 24 questões que devem ser respondidas em 60 minutos.

Os aprovados, então, participam da etapa de projeto. “Queremos observar como os interessados se sentem nesse ambiente. Oferecemos três temas para que o candidato escolha e se prepare. Ele, então, agenda um horário para participar de uma atividade guiada em grupo em que observamos suas competências comportamentais de colaboração, comunicação e pensamento crítico.”

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Maíra diz que o processo seletivo é uma espécie de degustação do curso. “O candidato precisa saber se gosta desse formato, já que o modelo acadêmico exige que ele trabalhe dessa forma ao longo de toda a formação.” Para ela, esse modelo de seleção permite que mesmo indivíduos que não tenham tido uma formação escolar de elite possam concorrer. “Na avaliação de perfil, vamos analisar de onde o interessado saiu, o que ele já conquistou e aonde quer chegar.”

O Inteli tem apoio institucional do BTG Pactual e recebeu uma doação de R$ 200 milhões da família de André Esteves, sócio sênior do banco. Maíra diz que não haverá vínculo entre os projetos desenvolvidos no instituto e o banco nem reserva de vagas de estágio para os estudantes.