Foxbit estreia automação de operações com criptomoedas no mercado de balcão
Por Roseli Andrion | Editado por Claudio Yuge | 17 de Setembro de 2021 às 15h20
A Foxbit Invest — segmento da corretora de criptomoedas Foxbit para o mercado de balcão (Over The Counter, ou OTC) — é a primeira do país a ter um sistema que automatiza as transações realizadas na plataforma. Com isso, os investidores podem adicionar fundos, bem como comprar e vender grandes volumes de forma ágil e com autonomia, sem perder liquidez e sem o auxílio de um especialista.
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Antes da automação, todo o processo tinha intermediação. Agora, o cliente pode negociar pessoalmente, com liquidez e o melhor preço. “O objetivo é tornar a operação ainda mais fácil, com maior velocidade e segurança aos investidores institucionais”, explica a empresa. Não há taxas de trade, saques e depósitos.
A tecnologia é da Parfin, que usa a solução “Crypto Plug and Play” para facilitar a conexão entre bancos digitais, serviços de investimentos e o OTC. É possível negociar Bitcoin, XRP, Litecoin, Ethereum e Tether, entre outros. “Além da agilidade e da autonomia para as operações, tudo será realizado em uma área exclusiva e de forma 100% automatizada″, afirma João Canhada, CEO da Foxbit.
A Foxbit informa que não há risco de slippage (quando o preço de execução de uma ordem é diferente do valor de envio) por falta de volume e liquidez na plataforma. Em 2021, mais de R$ 803 milhões foram movimentados na mesa de OTC da Foxbit Invest — 235% a mais que em 2020. Enquanto 15% correspondem a clientes institucionais, com tíquete médio de R$ 5 milhões, os outros 85% são de pessoa física, cujo tíquete médio é de cerca de R$ 300 mil.
Para ter acesso à plataforma, os investidores precisam passar pelo Know Your Customer (KYC) da Foxbit. Ou seja, devem enviar comprovantes que demonstrem sua capacidade financeira e a origem dos recursos destinados a negociações que envolvam volumes iguais ou superiores a um Bitcoin.
O que é o mercado de balcão
O OTC é um dos principais espaços de negociação no universo da renda variável. Seu nome é uma referência à época em que os papéis eram negociados diretamente no balcão de vendas das corretoras de valores.
É o ambiente em que ocorrem compras e vendas de ativos que não são negociados na bolsa de valores. Tudo é autorregulado por corretoras e distribuidoras e bancos de investimento. As operações são registradas e fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas as condições não precisam ser divulgadas de forma contínua e transparente como na bolsa de valores.
Isso quer dizer que, em vez de recorrer ao livro de ofertas, a negociação é feita de modo paralelo e pode ficar acima ou abaixo dos preços de mercado. Essa é uma alternativa bastante usada por investidores que querem negociar grandes volumes de ativos, pois os preços praticados e os volumes não afetam o preço médio de cotação que aparece no livro de ofertas da corretora.
Aqui no Brasil, a bolsa de valores é território de grandes companhias. Por isso, empresas menores que buscam investidores podem negociar no OTC — as negociações são entre as duas partes e o restante do mercado não tem acesso a valores e termos da negociação. Como o OTC não tem as mesmas exigências da bolsa de valores, as companhias que operam ali podem não ter finanças auditadas e governança corporativa como requisitos básicos.