El Salvador é o primeiro país do mundo a adotar Bitcoin como moeda corrente
Por Felipe Gugelmin | Editado por Claudio Yuge | 09 de Junho de 2021 às 18h30
Na tentativa de atrair investimentos e facilitar a remessa de valores, o governo de El Salvador transformou em lei uma proposta que transformava o Bitcoin em uma moeda corrente no país. Com a decisão, a criptomoeda deverá ser aceita como método de pagamento por todas as companhias, bem como pelo governo durante o pagamento de impostos.
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Segundo a decisão, a taxa de câmbio com o dólar vai ser definida pelo mercado, e as trocas entre as duas moedas não vão estar sujeitas a impostos sobre ganho de capital. Aprovada por 62 dos 84 deputados eleitos no país, a decisão promete aumentar a inclusão financeira da população local, bem como servir como incentivo para o turismo local e para o desenvolvimento econômico do país.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirma que a adoção opcional do Bitcoin como moeda corrente junto ao dólar norte-americano deve facilitar a remessa de valores de cidadãos que moram no exterior. 70% da população local não possui acesso a serviços bancários tradicionais, e os cerca de US$ 6 bilhões em remessas que fluíram para a economia local em 2020 corresponderam a quase 25% de seu produto interno bruto.
El Salvador espera atrair investimentos com a decisão
Embora a economia local ainda aceite pagamentos em colóns, o país adotou o dólar norte-americano como sua moeda principal em 2001 na tentativa de estabilizar sua economia. Com isso, El Salvador perdeu o controle de sua política monetária, dependendo de intervenções fiscais para tentar levantar sua economia.
Naiyb espera que a decisão de adotar o Bitcoin vá ajudar na situação, atraindo a atenção de investidores. “O Bitcoin possui uma avaliação de mercado de US$ 680 bilhões, e se 1% for investido em El Salvador, isso vai aumentar nosso PIB em 25%”, afirma o presidente. Ele também espera afirma que a decisão traz 10 milhões de usuários em potencial para o mundo das criptomoedas, além de diminuir as taxas na transferência de valores, o que deve trazer benefícios diretos para famílias de baixa renda.
No entanto, a lei local diz que a criptomoeda deve ser aceita pelas empresas quando for oferecida como pagamentos de bens e serviços. O imposto também poderá ser pago com essa opção. A conclusão da legalização deve durar ainda 90 dias, quando, então, entra oficialmente em vigor.
“Esperamos que essa decisão seja somente o começo para fornecer um espaço onde alguns dos principais inovadores possam reimaginar o futuro das finanças, potencialmente ajudando bilhões em todo o mundo”, complementa Naiyb. Elogiada por entusiastas das criptomoedas, a decisão também trouxe algumas críticas devido à volatilidade desse mercado, o que pode complicar as negociações do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual discute um programa de ajuda de US$ 1 bilhão.
Fonte: Ars Technica