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Donos de corretora de criptomoedas somem com mais de US$ 3 bilhões dos clientes

Por| Editado por Jones Oliveira | 25 de Junho de 2021 às 12h38

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Divulgação/Africrypt
Divulgação/Africrypt

Os donos da maior corretora de criptomoedas da África do Sul estão desaparecidos e, junto com eles, mais de US$ 3 bilhões em fundos pertencentes aos clientes. Ameer e Raees Cajee, fundadores e diretores da Africrypt, não foram mais localizados desde que vieram à público com a notícia de que a empresa sofreu um ataque cibercriminoso em abril deste ano.

A notícia, na ocasião, veio acompanhada de um pedido estranho para que os clientes não entrassem em contato com as autoridades sobre o assunto, uma vez que isso, nas palavras deles, atrasaria o processo de recuperação dos sistemas e também do dinheiro. Agora, os investidores lesados contrataram uma firma de advocacia da capital, Cidade do Cabo, para tentar reaver o montante.

De acordo com as informações divulgadas à imprensa local, a Africrypt estaria em posse de 69 mil bitcoins no momento do ataque, um total equivalente a US$ 3,6 bilhões. Hoje, após desvalorizações recentes, a soma é de cerca de US$ 2,4 bilhões, o equivalente para colocar o sumiço, com ampla vantagem, no topo da lista das maiores perdas já registradas no mercado mundial de criptomoedas.

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Para se ter uma ideia, de acordo com dados compilados pela Fortune, os 80 maiores roubos ou sumições de valores registrados nos últimos 10 anos somam, juntos, US$ 2,5 bilhões, um total que, como apontado, é próximo das perdas da Africrypt sozinha. A empresa atuava não apenas no mercado local, de seu próprio país, mas também em todo o continente, além de ter clientes e parcerias importantes na Ásia, Oriente Médio e Europa.

Deve dificultar a questão, entretanto, o fato de as autoridades da África do Sul não reconhecerem as criptomoedas como um produto financeiro legítimo. Sendo assim, o governo do país não pode atuar em uma investigação formal, como faria, por exemplo, no caso de perdas ou desaparecimentos de outros tipos de ativos. Os clientes lesados, entretanto, dizem estar contando com o apoio das autoridades policiais do país.

Eventos estranhos

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No centro das investigações está o fato de a suposta invasão aos sistemas da Africrypt ter acontecido na mesma semana em que as bitcoins atingiram sua marca histórica. Além disso, os clientes afirmam terem perdido acesso aos sistemas da companhia sete dias antes de Ameer entrar em contato, por e-mail, falando sobre o ataque e pedindo que os investidores não contatassem as autoridades.

De acordo com dados preliminares da investigação, os fundos originais da corretora teriam sido transferidos para diferentes carteiras de criptomoedas e, de lá, para outras tantas, que também realizaram transações de compra e conversão, em uma suposta tentativa de impedir o rastreamento dos valores. Os funcionários do câmbio também fazem parte do processo e dizem que foram impedidos de acessar as plataformas de gerenciamento da companhia ao mesmo tempo que os clientes, antes de serem demitidos.

Em meio a tudo isso está, ainda, uma ordem de liquidação da empresa, concedida por um juiz em abril, dias antes do desaparecimento dos dois irmãos, que chegaram a ser capa de revistas de negócios no país. O pedido foi feito a favor de um grupo de 20 investidores que suspeitavam de irregularidades na Africrypt; os responsáveis pela empresa têm até julho para apresentarem recurso.

Após a publicação das informações pela imprensa internacional, Ameer Cajee fez uma rara aparição. Ele respondeu a pedidos de esclarecimentos do The New York Post afirmando que seu advogado entraria em contato para comentar, mas não identificou seu representante nem passou o contato dele, com o posicionamento, também, jamais chegando à caixa de entrada dos jornalistas.

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Fonte: The New York Post