Digital Renminbi: criptomoeda chinesa tem papel importante no combate à COVID-19
Por Alberto Rocha |
Em meio a desaceleração econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), práticas digitais como o pagamento via dispositivos móveis, que dispensa a relação física para uma transação, ganham cada vez mais relevância, assim como os bitcoins, que têm registrado crescimento consistente e forte valorização no mercado.
Segundo informações do jornal China Daily, para injetar liquidez e retomar o crescimento econômico do país, fortemente afetado nos últimos meses por conta da crise sanitária, a China anunciou esta semana, por meio do Banco do Povo da China (BPC), equivalente ao Banco Central do Brasil, a realização de testes com o “Digital Renminbi”, a sua criptomoeda estatal.
"Uma moeda digital soberana fornece uma alternativa funcional ao sistema de liquidação do dólar e atenua o impacto de quaisquer sanções ou ameaças de exclusão, tanto em nível de país quanto de empresa", revela o relatório do China Daily divulgado na semana passada.
Vale ressaltar que o “yuan digital” difere do bitcoin popular, que não tem controle por parte de uma autoridade centra e lastro em dinheiro de verdade, funcionando de forma centralizada pelo BPC e atrelado à moeda nacional.
Além disso, em setembro de 2017 a China proibiu o uso e mineração de bitcoins no país, medida essa vista pelos analistas na época como parte de um projeto para criação de uma moeda virtual própria, algo que se concretiza agora, quase três anos depois.
Moeda digital pode ajudar no combate ao novo coronavírus
Mesmo com a situação controlada no país, que já foi epicentro da COVID-19, as medidas de prevenção a disseminações do novo coronavírus (SARS-CoV-2) ainda ficarão em vigor por um longo tempo no país e no mundo.
Com o surgimento da nova criptomoeda estatal, o governo chinês espera evitar o contato físico no comércio, além de reduzir a circulação de notas e moedas, uma vez que o Digital Renminbi vai permitir transações pelo smartphone via aproximação (NFC), dispensando também conexão com a internet. Importante destacar que plataformas de pagamento digital como Alipay, do grupo Alibaba, e o WeChat Pay, da Tencent, já estão difundidas na China.
A princípio os testes estão sendo realizados somente nas cidades de Shenzhen, Suzhou, Chengdu e na província de Hebei, epicentro original da crise da COVID-19, com alguns funcionários do governo já recebendo seus salários na moeda digital soberana a partir desse mês, e devem ser expandidos para Xiong'an, no sul de Pequim, que sediará os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
Fonte: Daily China