Banco Mundial rejeita adoção de Bitcoin como moeda corrente em El Salvador
Por Felipe Gugelmin • Editado por Claudio Yuge |
Anunciada oficialmente por El Salvador no dia 9 de junho, a adoção do Bitcoin como moeda corrente do país está enfrentando alguns obstáculos. Na última quarta-feira (16), o Banco Mundial afirmou que não pode ajudar o governo local na implementação da criptomoeda, devido aos danos ambientais e riscos de transparência ligados a ela.
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“Estamos comprometidos em ajudar El Salvador de várias maneiras, incluindo transparência monetária e processos regulatórios”, afirmou um porta-voz do Banco Mundial à Reuters. A instituição afirmou que foi contatada pelo governo local, mas não pode fornecer o suporte requisitado devido às preocupações decorrentes da decisão.
Além de contatar o Banco Mundial, o ministro das finanças salvadorenho, Alejandro Zelaya, também dialogou com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Embora ele tenha afirmado que as negociações estavam prosseguindo bem, o FMI emitiu no dia 10 de junho uma nota em que expressou preocupações legais e econômicas sobre a transição, comunicando através de um representante que precisava analisar o caso de forma bastante cuidadosa.
Apoio do FMI é essencial para o país
Em meio a uma crise econômica, o país da América Central depende do apoio do FMI para apaziguar preocupações de investidores. Sem o apoio do fundo, o país não terá como preencher suas lacunas orçamentárias até 2023, o que faz com que os empreendedores exijam que os títulos emitidos pelo governo aumentem em valor para manter a dívida salvadorenha.
A decisão de El Salvador adotar o Bitcoin está ligada à sua economia: 25% do produto interno bruto local depende de remessas enviadas do exterior — que devem pagar taxas menores com a adoção da criptomoeda. O presidente Nayib Bukele também acredita que a decisão deva facilitar o acesso a serviços bancários, que são inacessíveis para 70% da população local.
Além da adoção da criptomoeda, outro elemento que ajuda a trazer instabilidade ao país é a decisão de Bukele de não participar de um acordo anticorrupção firmado com a Organização dos Estados Americanos. Isso deixou insatisfeito o governo dos Estados Unidos, que considera esse um ponto essencial em sua política de imigração para países da América Central.
Fonte: Reuters