Transferências no Pix são usadas como mensageiro — e não dá para bloquear
Por Fidel Forato |

Brigas, desentendimentos e traições podem levar ao fim qualquer namoro. Em muitos casos, quando a história termina mal, os ex-namorados não querem nem mais se ver e, muito provavelmente, alguém acaba bloqueado de todas as redes sociais do outro. Nessa hora, como é possível tentar um último diálogo ou um pedido de desculpa? Sem nenhum contato através das redes sociais, como WhatsApp e Facebook, uma ex-namorada tentou se desculpar através de sucessivas transferências via Pix, de acordo com um tuíte que viralizou nesta semana.
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Pode parecer estranho alguém realizar inúmeras transações financeiras para falar com ex, mas ela não queria exatamente dar dinheiro a ele: seu objetivo era apenas conseguir algum contato, mandando transferências de 1 centavo com mensagens anexas.
Na publicação, o usuário ainda perguntava se era possível bloquear alguém no Pix. Sem saber da resposta oficial e cansado das mensagens, o ex-namorado ainda teria apagado o cadastro do celular como chave Pix em uma tentativa para impedir o recebimento novas mensagens. No entanto, buscava uma solução melhor para a questão.
Dá para bloquear alguém no Pix?
De acordo com o Banco Central (BC), o sistema de pagamentos instantâneos não possui uma opção para o bloqueio de pagadores específicos por parte dos usuários. “O que o usuário pode fazer é configurar o aplicativo da instituição na qual mantém a conta para não receber a notificação do pagamento. Mas o pagamento em si não é bloqueável de regra”, comentou o BC através de sua assessoria de imprensa para a Folha de S. Paulo.
Além disso, o BC afirmou que não prevê adicionar a possibilidade de bloqueio por parte do usuário no novo sistema. Atualmente, o Banco Central só prevê essa possibilidade de bloqueio em casos de suspeita de fraude. Mesmo nesses casos, apenas as instituições financeiras e de pagamentos participantes do novo sistema podem recorrer a essa opção. Fora o Pix, o BC também não permite que os usuários bloqueiem de pagadores específicos no caso de transferências feitas através de TED ou DOC.
Fonte: Folha de S. Paulo