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Efeito camaleão: olhar o celular faz com que outras pessoas façam o mesmo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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DragonImages/Envato
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Quando tiver a oportunidade, faça o seguinte teste: olhe para as pessoas ao seu redor e certifique-se de que elas não estejam no celular. Pegue então o seu celular e fique mexendo. Em até 30 segundos, as pessoas à sua volta estarão fazendo a mesma coisa. Pelo menos, é isso o que propõe um estudo da Universidade de Pisa, na Itália.

Segundo o estudo, essa resposta rápida e automática provavelmente se deve ao fato de as pessoas se imitarem sem perceber. Os cientistas criaram um termo para isso: efeito camaleão. "Embora se acredite que esse mimetismo tenha evoluído na sociedade para ajudar as pessoas a se relacionarem, imitar o uso do smartphone pode gerar o efeito oposto", reflete a pesquisadora Elisabetta Palagi, envolvida no estudo.

“Temos a necessidade de seguir as normas que nos são impostas pelas pessoas ao nosso redor para combinar nossas ações de forma automática, mas os smartphones podem aumentar o isolamento social por meio de interferência e interrupção de atividades contínuas da vida real", completa Elisabetta. Dito isso, pessoas sem telefones nem conseguem tentar reproduzir o comportamento. “Portanto, essas pessoas podem se sentir especialmente isoladas", supõe a pesquisadora.

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Palagi já havia investigado o efeito camaleão nas pessoas, que pode incluir expressões faciais, movimentos das mãos, bocejos e até mesmo padrões de fala. Ao notar como as pessoas sempre pareciam pegar seus telefones depois de outras pessoas fazerem o mesmo, o grupo decidiu fazer um estudo observacional.

Para isso, a equipe observou 88 mulheres e 96 homens em 820 situações diferentes em ambientes como parques, restaurantes, transporte público, salas de espera e em jantares. Na prática, os participantes do estudo passaram a mexer em seus celulares por cinco segundos, olhando para a tela ou não.  Os pesquisadores descobriram que 50% das pessoas olhavam para o telefone 30 segundos depois, quando o integrante do estudo olhava para a tela, mas apenas 0,5% das pessoas o fizeram quando viram a pessoa mexer no smartphone sem olhar para ele.

O comportamento de imitação não é apenas rápido, mas também automático e subconsciente, segundo a pesquisadora. As taxas de resposta foram as mesmas em todos os grupos que participaram do estudo. “A maioria das pessoas é afetada pelo comportamento de outras pessoas, mesmo sem perceber”, conclui Palagi.

Fonte: PubMed via New Scientist