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É científico: perder um cachorro é como perder um filho

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Helena Lopes/Pexels
Helena Lopes/Pexels

Perder um cachorro é como perder um filho, pelo menos no que diz respeito à tristeza associada ao luto. É o que mostra um artigo publicado na revista Animal-Human Interactions no último dia 25. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram entrevistas com tutores que perderam seus amados pets.

O artigo menciona que para alguns participantes, a perda do cachorro foi mais intensa do que a morte de um amigo ou parente devido à proximidade do vínculo.

"O luto pela morte de animais de estimação tende a ser semelhante ao das famílias humanas. O luto pela perda de um animal de estimação é um 'processo normativo de luto', no entanto, existem camadas adicionais de complexidade devido a atitudes da sociedade que banalizam o luto pela perda de um animal de estimação. Isto causa isolamento e solidão", diz o material.

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A pesquisa também abordou o roubo de cães, citado como "tão emocionalmente traumático quanto a morte", e até mesmo amplificado pela preocupação adicional com a condição do cão.

De acordo com o texto, a situação se torna mais grave de acordo com a maneira como o cão foi roubado. Ou seja: se foi utilizada força física, se alguém entrou na casa, etc. São fatores que influenciam diretamente no processo de entendimento por parte do tutor.

Mas os próprios autores reconhecem que ainda existe uma escassez de literatura sobre o luto nos laços entre humanos e animais.

"A turbulência emocional experimentada após o roubo de cães equivale à perda de entes queridos, com experiências complexas adicionais, como luto privado de direitos e perda ambígua. A análise revela que os tutores lidam de forma semelhante com aqueles que sentem falta de um ente querido", concluem os pesquisadores.

O luto por um cachorro

Em entrevista ao Canaltech, Yuri Busin — psicólogo, mestre e doutor em Neurociência do Comportamento e fundador do Diálogo Positivo — diz que o sentimento de luto de animais também gera uma sensação de vazio, já que a pessoa está acostumada a ter o cachorro naquela rotina, como companheiro inseparável e parte da família.

"Pode até mesmo ter um sentimento de culpa. Muitas vezes a pessoa pode se sentir julgada por uma incompreensão social. E pode levar, em casos mais extremos, a alguma depressão ou ansiedade", revela o psicólogo. Inclusive, vale lembrar que estudos já mostraram que a companhia de animais de estimação pode ajudar na prevenção de transtornos mentais do gênero. 

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O especialista acrescenta que o processo de luto desencadeado pela morte de um animal também segue os mesmos estágios de luto relacionados à morte de uma pessoa, como:

  • Negação
  • Raiva
  • Barganha
  • Depressão
  • Aceitação

"A diferença mesmo entre um luto de um animal e o luto de uma pessoa é que existe esse reconhecimento social e a legitimidade de forma distinta", conclui o psicólogo, o que ajudar a fortalecer a ideia de que perder um cachorro envolve um processo de tristeza semelhante ao de perder um ente querido.

Fonte: Animal-Human Interactions