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75% dos usuários de apps de namoro usariam ChatGPT para melhorar flerte

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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H Heyerlein/Unsplash
H Heyerlein/Unsplash

Seu próximo encontro pode acabar sendo com um robô, em uma alternativa que carrega problemas sérios. De acordo com pesquisa realizada pela Kaspersky, 75% dos usuários de aplicativos de namoro afirmaram que usariam o ChatGPT ou outras ferramentas de inteligência artificial como forma de melhorar o flerte e obter conversas “perfeitas” com possíveis pretendentes.

Esse total é maior entre os homens, com o levantamento da empresa de segurança apontando que 54% dos solteiros utilizariam a tecnologia com o objetivo de parecerem mais inteligentes ou divertidos. Enquanto isso, no caso das mulheres, o maior índice foi de 51%, com elas apontando que usariam as ferramentas para falar com vários contatos ao mesmo tempo e aumentar as chances de conseguirem um encontro ou namoro.

Ao mesmo tempo, 57% dos entrevistados pela Kaspersky se mostraram preocupados com o uso da inteligência artificial na conquista, considerando desonesta a utilização do ChatGPT em apps de namoro. Em outro aspecto, apenas 37% admitiu que usaria a tecnologia apenas para melhorar os próprios perfis, e não durante as conversas com os contatos.

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“Quando se trata de relações humanas, acredito que essa ajudinha terá um custo a ser pago uma hora ou outra. Por isso, se achar que está tudo bem [em usar o ChatGPT], entenda a situação e saiba lidar com os riscos”, pondera Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky para a América Latina. Para ele, a tecnologia foi criada para ajudar e pode servir a diferentes usos, mas as situações sempre devem ser avaliadas.

Ele cita, por exemplo, o caso de uma pessoa tímida que acaba usando uma IA para auxiliar em uma conversa. A inteligência artificial vai facilitar o papo, mas na hora do encontro, o usuário estará sozinho e pode ter dificuldade em manter a conversa, gerando constrangimento para os envolvidos. “Se você acredita que se sentiria enganado, não use o ChatGPT”, completa.

Já Crystal Cansdale, especialista em namoro do aplicativo Inner Circle, cita uma fadiga como responsável pela busca por inteligência artificial. Segundo ela, a quantidade de contatos, aliada à dificuldade de encontrar o par ideal nestas plataformas, transformou o namoro em um “jogo de números”, no qual a busca sempre é por se destacar na multidão.

“Isso vem da pressão sobre as pessoas para que sejam ‘originais’ e chamem atenção em meio ao barulho criado pela escolha contínua oferecida às pessoas solteiras”, comenta. “Não me surpreende que [muitos] tenham dito usar o ChatGPT [para esse fim]. O uso de chatbots é enganoso e um motivo real de preocupação, já que a autenticidade está no centro de um relacionamento.”

Cansdale aponta, ainda, o possível uso da inteligência artificial por golpistas. Por isso, a recomendação é de cautela nas conversas, com o uso apenas de aplicativos seguros que verifiquem seus usuários e ofereçam ferramentas de proteção. Na hora do encontro, também, busque lugares públicos e de grande circulação, além de alertar amigos ou familiares sobre o “date”, para que eles fiquem de olho e possam ajudar em caso de problemas.