Publicidade

Sucesso nos games não se mede em escala

Por  | 

Compartilhe:
Unsplash/Sean Do
Unsplash/Sean Do

O The Game Awards 2025 ganhou as manchetes porque estúdios independentes dominaram as principais categorias. Clair Obscur: Expedition 33 (Sandfall Interactive, publicado pela Kepler Interactive) liderou com 12 indicações, enquanto Hades II (Supergiant Games) e Hollow Knight: Silksong (Team Cherry) disputam o prêmio de Jogo do Ano. A premiação, porém, é apenas o espelho de algo maior: um indicativo de como o mercado e os consumidores têm redefinido o que é “sucesso” em games.

Durante muito tempo, êxito significava gráficos hiperrealistas, mundos abertos infinitos e campanhas de marketing milionárias. Claro que tudo isso continua sendo incrível. Contudo, hoje, o público tem buscado e valorizado algo um pouco distinto: experiências memoráveis, criadas por equipes menores, mas com ideias ousadas e execução eficiente.

Esse interesse não nasce apenas da qualidade técnica. Os indies carregam uma identidade autoral mais forte, e o jogador sente que está participando de algo único. Existe um senso de pertencimento: o consumidor não apenas consome um produto, mas faz parte de uma comunidade que descobre, apoia e celebra essas criações. 

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O consumidor redefine sucesso

O hype não se sustenta apenas em trailers cinematográficos, comunidades digitais e criadores de conteúdo têm papel decisivo em amplificar títulos independentes. O boca a boca online transforma projetos autorais em fenômenos globais, mostrando que o consumidor atual mede sucesso pela capacidade de um jogo marcar presença cultural.

Essa mudança também é geracional. Quem cresceu com indies como Undertale ou Celeste, agora vê naturalidade em reconhecer jogos que priorizam narrativa, estilo artístico e mecânicas criativas em vez de escala. O resultado é um mercado mais aberto a reconhecer qualidade acima de tamanho.

Eficiência técnica como catalisador

Há também um componente prático nessa virada. Estúdios independentes têm adotado setups de trabalho otimizados, com pipelines simplificados e ferramentas de inteligência artificial que aceleram etapas críticas. Segundo a Precedence Research (2025), o mercado global de IA em games deve crescer de US$ 7,05 bilhões em 2025 para US$ 37,89 bilhões em 2034, com taxa anual acima de 20%.

Isso não significa que “menos pessoas” seja a fórmula mágica, mas sim que infraestrutura técnica adequada permite que equipes menores entreguem qualidade competitiva. O consumidor percebe esse resultado: jogos independentes chegam ao mercado com polimento e profundidade capazes de rivalizar com blockbusters.

O futuro do sucesso

O TGA 2025 é apenas um símbolo. O verdadeiro debate é sobre como o conceito de sucesso nos games está em processo de redefinição. Não basta vender milhões de cópias ou ter gráficos de ponta, é preciso conectar-se com o público de forma autêntica.

Continua após a publicidade

Seja por meio de uma narrativa única, de mecânicas inovadoras ou de uma estética marcante, os jogos que ficam na memória são aqueles que conseguem ser mais do que produtos: tornam-se experiências culturais.

Confira outros conteúdos no site do Canaltech: