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Como ciberativistas usam a tecnologia para defender a Ucrânia na guerra

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Max Kukurudziak/Unsplash
Max Kukurudziak/Unsplash

Nas últimas semanas, passamos a assistir ao que talvez seja o maior conflito da Europa, desde a Segunda Guerra Mundial. Após um período de grandes tensões diplomáticas, a Rússia iniciou uma invasão à Ucrânia.

Guerras são indefensáveis e, diante delas, sempre afirmo o meu lado: o das pessoas. São elas que têm sofrido o impacto das decisões de seus governantes; é sobre elas que recai o peso de serem refugiadas, além do cerceamento das liberdades individuais e coletivas.

E são também as pessoas, especialmente, os cidadãos e cidadãs da Ucrânia, que têm enfrentado este conflito por meio de uma resistência potencializada com o apoio das tecnologias. Esse uso não é novo e aconteceu também durante a Primavera Árabe. Nessa oportunidade, as tecnologias de comunicação foram mobilizadas para divulgar acontecimentos em tempo real, denunciar violências e, principalmente, possibilitar o engajamento de pessoas de fora do país.

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Com a democratização dos dispositivos móveis e da internet, o que vemos é um uso ainda mais intensivo das tecnologias e das redes sociais. A possibilidade de apoiar às vítimas e enfrentar o conflito está descentralizada e, com isso, o ciberativismo ganha força.

Esse ativismo digital possibilita ações de apoio às vítimas em questões fundamentais e imediatas, por exemplo, acesso à ajuda humanitária. Mas também temos visto que a tecnologia permite ir além e, com ela, são implementadas estratégias de resistência, como a disseminação de informações confiáveis, a garantia do acesso à internet pela população local, assim como a mobilização de protestos e ações de pressão para que sejam adotados mecanismos para a resolução do conflito.

Uma dessas iniciativas é o portal "formas reais de ajudar a Ucrânia sendo um estrangeiro". Trata-se de um crowdsourcing criado pelo hub ucraniano "Global Shapers", ligado ao Fórum Econômico Mundial. Na página, estão reunidas centenas de possibilidades de apoio ao país e à sua população, desde a doação de recursos, até mesmo convocatórias para profissionais de tecnologia que sejam especialistas em segurança cibernética. O conteúdo é organizado por país, inclusive, com iniciativas de apoio vindas do Brasil.

Outro exemplo é o "Mundo com a Ucrânia". Trata-se de uma chamada aberta a inovadores, empreendedores e ativistas que possam propor iniciativas para apoiar o país em distintas áreas, como captação de recursos, comunicação e ajuda humanitária. O primeiro Demoday, encontro para apresentação das soluções, deve acontecer em breve, no dia 18 de março.

E a lista não para por aqui. Diferentes formas de apoiar a Ucrânia utilizando a tecnologia surgem a todo momento. Elas são diversas, descentralizadas e buscam trazer o impacto necessário, com celeridade para a urgência do momento.

Tudo o que tenho visto nas últimas semanas indica que o confronto pode ser longo e doloroso, mas as histórias de coragem que estão sendo contadas a todo segundo unem nações, povos e são um motor para que a resistência se torne uma realidade já presente.

Diante de tantas atrocidades, há também lugar para a esperança: de que a tecnologia seja utilizada como ponte para conectar mentes inovadoras em busca de um bem comum e de que possamos nos convencer de que o poder de transformar está em nossas mãos.