Como aplicar o compliance antidiscriminatório nos negócios?
Por Eduardo Tardelli |
Antes de explicarmos o tema central do artigo, é importante darmos um passo para trás e esclarecermos o que é o compliance. Pilar da governança corporativa, essa prática tem como objetivo manter as organizações em conformidade com as leis, regulamentos e outras normas e surgiu à medida que as relações no ambiente de trabalho mudaram significativamente e temas como diversidade, inclusão e combate à discriminação passaram a ser discutidos internamente.
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Dessa forma, ele reduz a desigualdade no ambiente corporativo, promove o crescimento econômico inclusivo e sustentável e garante que as empresas se atentem à cultura da ética, transparência e respeito. Agora, outra preocupação que vem tomando conta dos gestores e líderes é a de evitar que haja qualquer tipo de preconceito dentro das companhias e exterminar situações discriminatórias que envolvem a cor, raça, etnia, gênero, orientação sexual, visão política, classe social ou deficiência física que podem ocorrer em situações como assédio moral, ataque verbal e salários menores para as mulheres que possuem atividades iguais aos homens.
É por isso que o conceito de compliance antidiscriminatório vem sendo adotado dentro das organizações e tem o objetivo de prevenir, detectar e remediar condutas erradas que acontecem nos ambientes corporativos, muitas vezes de maneira implícita. O foco em resolver tais questões advém de possíveis impactos na reputação e na imagem da companhia, aproximação com investidores e possíveis sócios e até menos problemas com a receita.
Ao aplicar esse conceito, as empresas conseguem reter mais talentos, melhorar o relacionamento e o convívio entre os colaboradores, aumentar a diversidade, cumprir as normas legais, expandir os negócios de maneira mais saudável e manter uma comunicação firme dos valores e missão da corporação contra ações preconceituosas.
Portanto, é importante que as companhias criem canais de comunicação para que os funcionários possam denunciar ou reportar qualquer tipo de discriminação. Aqui, destaco que os gestores devem fazer uma análise minuciosa sobre possíveis casos de violações no ambiente corporativo e depois criar um plano de ação para implementar práticas efetivas que vão diminuir esse índice.
Por fim, concluo que nos dias de hoje, as instituições devem obrigatoriamente adotar o compliance antidiscriminatório para manter a boa conduta dentro das companhias e tornar o ambiente corporativo mais igualitário onde todos possuem os mesmos direitos e deveremos, mantendo a moralidade, a ética e a transparência.
Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de tecnologia que desenvolve soluções para busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) da internet e outras bases de conhecimento.