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Comando de voz: essa tecnologia veio para melhorar a nossa vida?

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Prostock-studio/Envato
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Não há limites para os avanços que podemos alcançar com as tecnologias de comando de voz. Afinal, esse mercado tem se desenvolvido de maneira exponencial, tendo se popularizado com o trabalho das assistentes virtuais, como Siri, Cortana e Alexa. Elas são fluentes em português, realizam tarefas cotidianas simples, fornecem informações sobre trânsito ou notícias e, pasmem, têm senso de humor.

Com elas, algumas cenas se tornam comuns, como pedir para a Alexa tocar uma música, para a Cortana trazer as previsões meteorológicas e para que a Siri compartilhe as principais notícias do dia. As companheiras de voz — sim, todas são mulheres — nos auxiliam nas mais diversas tarefas do dia.

Entre tantas funções, o comando de voz tem o poder de facilitar a inclusão de milhares de pessoas que não têm qualquer habilidade com o uso de tecnologias. Podem também ser uma ferramenta preciosa no universo das assistive technologies, ou tecnologias assistivas, utilizadas por pessoas com deficiência.

Alguns exemplos desse tipo de aplicação são o Expressia, aplicativo de comunicação alternativa que pode ser utilizado para a interação com pessoas que apresentam qualquer dificuldade na fala; ou o Livox, solução construída a partir da inteligência artificial e que permite a interação e diálogo com pessoas que não podem se comunicar verbalmente.

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As cifras do mercado de tecnologia impressionam. De acordo com a Juniper Research, serão 8 bilhões de assistentes de voz em uso até 2023, movimentando um mercado de 80 bilhões de dólares anuais. Além disso, graças a IoT (internet das coisas), o comando de voz não será uma exclusividade dos celulares ou assistentes virtuais. O maior crescimento na utilização desses dispositivos acontecerá nas chamadas Smart TVs: um aumento de 121,3%, anualmente, entre 2018 e 2023.

As perspectivas são incríveis, mas também trazem um alerta. Ainda precisamos amadurecer e entender os desafios e riscos dessa tecnologia, especialmente relacionados aos dilemas éticos que surgem da utilização de vozes sintéticas no mundo real.

Se lembram de uma recente campanha de marketing que recriou a voz do pai de Zico, ex-jogador da seleção brasileira? Então, a voz, sinteticamente produzida, foi transmitida em pleno Maracanã e, mesmo sabendo se tratar de algo criado pela tecnologia, foi realmente emocionante.

O caso exemplifica bem o limite ético do uso das vozes sintéticas: elas podem ser hiperrealistas e nem sempre utilizadas para finalidades tão positivas; podem trazer notícias imprecisas, falsas ou descontextualizadas, mas que, entoadas por uma voz conhecida, enganam os ouvintes.

É preciso, portanto, garantir limites claros em relação à utilização dos mecanismos de voz. Muitos deles passam por acordos firmados entre seres humanos reais: transparência e o compromisso inadiável com a verdade.

As tecnologias de voz vieram para ficar e serão usadas de maneira muito positiva em diversos setores. Sem sombra de dúvidas, elas vão mudar a maneira como interagimos no ambiente digital, trazendo mais personalização para nossa experiência, além de cumprir a nobre tarefa de ampliar as possibilidades de comunicação entre os seres humanos.

As vozes sintéticas abrem novos e poderosos caminhos para fortalecer — e não eliminar — a comunicação humana.