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5G-NRCA: por que essa tecnologia é fundamental para o 5G no Brasil?

Por| 10 de Maio de 2023 às 10h00

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Reprodução/rawpixel.com
Reprodução/rawpixel.com

Segundo o site Teleco, até março de 2023, mais de 37% da população brasileira já possui cobertura 5G na faixa de 3.500 MHz. Entretanto, quando consideramos o número de municípios cobertos, percebemos que a cobertura ainda está em estágio inicial, com apenas 1,7% dos municípios alcançados e mais de 98% dos municípios sem cobertura.

Nesse contexto, a funcionalidade de 5G-NRCA (New Radio Carrier Aggregation), ou seja, agregação de portadoras em 5G, trazida pela MediaTek em todos os seus chipsets 5G desde o primeiro, terá um papel fundamental não só no aumento de velocidade, mas também em ajudar as operadoras a oferecer uma cobertura mais abrangente aos clientes.

A ideia por trás da agregação de portadoras é simples: se uma rua não é suficiente para escoar um determinado fluxo de carros, é possível utilizar outra rua paralela para aumentar a capacidade de escoamento desse fluxo, aumentando a velocidade. Na analogia, a rua representa a portadora, que é a faixa de frequência utilizada pela operadora celular para conectar o aparelho à rede celular.

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Cada portadora tem uma capacidade definida pela rede e tecnologia empregada, e a capacidade de agregação se refere à utilização conjunta de mais de uma portadora da mesma frequência ou não para trafegar os dados na rede celular.

Por exemplo, no leilão de 5G realizado no Brasil, as operadoras adquiriram lotes de 100 MHz dentro da Banda N78 correspondente à faixa de frequência de 3.500 MHz e lotes de 40 MHz ou 50 MHz dentro da Banda N40 correspondente à faixa de frequência de 2.300 MHz. É possível, então, ter portadoras da mesma Banda N78 agregadas ou ainda agregação de portadoras das Bandas N78 e N40, multiplicando a velocidade de acesso desse dispositivo.

No entanto, para um país de dimensões continentais como o Brasil, e com muitos municípios e população a serem cobertas, é importante a agregação de bandas mais altas, como a N78 e N40, com bandas mais baixas, como a Banda 28 em 700 MHz, a Banda 5 em 850 MHz e a Banda 8 em 900 MHz. É importante destacar que a frequência da banda é inversamente proporcional à sua cobertura. Ou seja, uma banda de 3.500 MHz tem uma alta capacidade de transmissão de dados, mas tem uma cobertura muito menor do que uma banda de 700 MHz, que tem uma capacidade de transmissão de dados menor, mas cobre uma área muito maior.

Ao juntar as duas portadoras, a que tem maior cobertura é destinada apenas ao tráfego de controle do dispositivo, trocando informações essenciais com a rede e mantendo-o conectado em 5G por toda a extensão de sua cobertura. Já a banda de maior frequência e capacidade flexibiliza o tráfego de dados, tornando possível continuar a transmissão de dados em alta velocidade em lugares em que a qualidade do sinal já foi degradada. Sem a agregação das portadoras, nesse cenário de degradação de sinal, o dispositivo já teria sido desconectado da rede 5G.

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Em testes realizados no Brasil em 2021, em conjunto com operadoras e fornecedores de redes, houve um aumento de quase 65% de cobertura usando esse recurso. Para o Brasil, com seus desafios geográficos e de eficiência econômica, a agregação de portadoras se torna imprescindível para um crescimento consistente e ganhos expressivos na qualidade dos serviços 5G.

Em resumo, a tecnologia de agregação de portadoras em 5G traz diversos benefícios para a expansão do serviço no Brasil, especialmente em um país de dimensões continentais como o nosso. Além de aumentar a velocidade de transmissão de dados, a agregação de portadoras permite uma cobertura mais abrangente, otimiza o custo de implantação e acelera a implementação do 5G.

Ainda há muito trabalho a ser feito para que a cobertura do 5G alcance mais brasileiros, mas a agregação de portadoras certamente é um passo importante para tornar essa realidade cada vez mais próxima.