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10 ideias absurdas do filme do Mario de 1993

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Buena Vista Pictures
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Mario Bros

Toda a expectativa em torno de Super Mario Bros: O Filme não está apenas no fato de ser a adaptação de um dos jogos mais conhecidos e queridos do mundo dos videogames. O novo longa é, na verdade, uma reparação histórica da Nintendo depois de entregar uma das piores produções de todos os tempos.

Em 1993, a empresa bancou um filme que levasse a saga dos irmãos Mario e Luigi para as telas. Era a primeira vez que um jogo ganhava os cinemas, mas o resultado foi catastrófico em um nível quase apocalíptico, com uma história que em nada remetia àquilo que os fãs conheciam do NES.

Não só por trazer um visual sombrio bem diferente do colorido quase lisérgico dos jogos. Da primeira à última cena, Super Mario Bros. foi uma sucessão de equívocos criativos — reflexo de uma pré-produção também bastante caótica. Protagonizado por Bob Hoskins e John Leguizamo, o longa teve seu roteiro alterado diversas vezes, contou com mudanças no meio das filmagens e a própria Nintendo não sabia bem para que lado seguir.

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O resultado é um filme que traumatizou toda uma geração e ajudou a construir a maldição de que as adaptações de games estavam fadadas ao fracasso. Só que, vamos combinar, esse roteiro maluco não se esforçou o mínimo para fazer diferente. Pensando nisso, o Canaltech listou 10 ideias absurdas do filme do Mario de 1993.

10. O multiverso dos dinossauros

A coisa toda já começa completamente sem noção em Super Mario Bros. quando ele traz um conceito sem sentido. O filme começa explicando que a queda do meteoro que acabou com os dinossauros, na verdade, criou uma realidade alternativa. Assim, enquanto a gente seguiu na linha temporal em que os grandes répteis foram extintos e a humanidade evoluiu dos primatas, outra surgiu em paralelo.

É aí que somos apresentados ao mundo de Dinohattan, uma realidade em que a civilização evoluiu dos próprios dinossauros. É uma ideia estúpida apenas para justificar que o vilão Rei Koopa (Dennis Hopper) tem essa origem jurássica, em uma conexão bastante forçada com o Bowser dos games.

Mais do que isso, o roteiro tenta emplacar que essas duas dimensões estão conectadas por um portal mágico e que, em algum momento do passado, a rainha de Dinohattan o fechou para impedir que o vilão tentasse invadir o mundo dos humanos.

Boa sorte para quem tentar conectar essa história com os jogos.

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9. A princesa perdida

A grande maioria dos jogos de Mario se resume ao herói indo salvar uma princesa em perigo. E, no filme, isso não seria diferente. Só que a tentativa de transformar a história em algo mais adulto e sério mirou no drama e acertou no clichê cafona.

Isso porque a princesa Daisy (Samantha Mathis) é trazida para o reino humano por sua mãe quando ainda era um ovo. Ela é filha dos governantes de Dinohattan e trazida para nossa realidade quando Koopa inicia um golpe de Estado. É nesse processo que o portal entre as duas dimensões é selado e a rainha moribunda deixa sua cria na porta de uma igreja.

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É o mesmo clichê de um sem-número de histórias. De Cavalo de Fogo a She-Ra, temos essa heroína que não sabe que é princesa em um reino mágico e que vai descobrir no meio do caminho. A diferença é que, no caso de Super Mario Bros, ela é uma mulher-dinossauro que nasceu de um ovo chocado por uma freira em uma noite chuvosa.

8. O plano estúpido do Rei Koopa

Até agora, nada em Super Mario Bros faz o menor sentido com aquilo que os jogos apresentaram. Assim, o mínimo que a gente poderia esperar era que o icônico vilão dos games desse suas caras, não é mesmo? Pois não é isso que o Rei Koopa faz.

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Como a ideia não era trazer o visual cartunesco da Nintendo para as telas, a tartaruga dinossauro que cospe fogo dos games virou uma pessoa comum com um penteado estranho e uma trama ainda mais confusa. Na verdade, ele é um descendente dos tiranossauros-rex que decidiu dar um golpe em Dinohattan. Seu plano é governar as duas realidades e, para isso, passa a buscar uma forma de reabrir o portal e invadir o mundo humano.

Não que as motivações do Bowser que a gente conhece sejam muito elaboradas, mas é que a ideia de juntar as duas dimensões simplesmente não tem razão de ser. Por que ela quer isso? Pelo simples prazer da conquista, já que ele considera os humanos-primatas uma espécie inferior. Então por que dominá-los?

7. E os cogumelos?

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Qualquer criança que já bateu o olho em um jogo do Mario sabe de uma coisa: o Reino Cogumelo é parte central da coisa toda. Faz parte da brincadeira do herói. Ele come um desses fungos para crescer e até personagens que são basicamente champignons fofinhos. E como colocar tudo isso nessa trama sem sentido de mundo dinossauro?

Se você não sabe, não se sinta mal. Os roteiristas de Super Mario Bros também não tinham ideia e só jogaram isso na história da forma mais absurda possível. No caso, a dimensão de Dinohattan está sofrendo com uma infestação de fungo. Por quê, você pergunta? Ninguém sabe.

É uma referência bastante forçada aos jogos que não tem apelo visual e muito menos narrativo. Precisavam de um cogumelo e, na falta de onde colocar, jogaram por cima de tudo.

6. Goombas medonhos

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Um dos inimigos mais clássicos dos games, os Goombas viraram uma coisa medonha no cinema. Como era impossível trazer aquelas coisinhas triangulares e mal-encaradas para um live action, alguém achou de bom tom transformá-los em homens-dinossauros.

Só que isso não foi feito simplesmente como répteis humanóides, como os Dinosaucers. Na verdade, eles eram enormes brutamontes com uma cabeça minúscula. Era uma visão assustadora que traumatizou muita criança por aí.

5. A câmara regressora

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Para ser uma ameaça de verdade, o vilão Koopa precisava de uma arma ou coisa do tipo que representasse um perigo. A solução encontrada foi dar a ele uma câmera regressora capaz de fazer seus alvos retornarem na escala evolutiva. Tanto que os Goombas surgem dessa maluquice, com o tirano transformando pessoas nesse dinossauro quase-humanóide.

Por alguma razão, Mario e Luigi conseguem armas que disparam essas mesmas rajadas e fazem com que Koopa se transforme primeiro em um homem-dinossauro de novo e, em seguida, uma gosma.

Não é spoiler, é livramento. De nada.

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4. Toad, o manifestante

Isso tudo nos traz a outro ponto bastante perturbador e insano de Super Mario Bros. Em quase 40 anos de videogames, o Toad é um dos aliados mais simpáticos e carismáticos dos jogos. É um pequeno ser-cogumelo que ilustra muito bem o fato de a história se passar no Reino Cogumelo.

Só que, como nada disso existe no filme de 1993, o roteiro precisou dar um jeito de colocar o personagem. A solução? Transformar Toad em um músico que protestava contra Koopa e que, como punição, é regredido ao estado de Goomba.

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Assim, durante a maior parte da história, o Toad não existe. E, quando ele finalmente aparece, não tem nada a ver com o bichinho dos jogos. No máximo, deram um penteado para ele com bolas, emulando o efeito do fungo na cabeça.

3. O Yoshi de Jurassic Park

Talvez a única coisa precisa em Super Mario Bros de 1993 é que Yoshi é um dinossauro. Como a temática do longa já era essa coisa jurássica, não precisaram inventar moda com o bichinho. Só que isso não deixa as coisas menos perturbadoras.

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Por causa da estética mais séria que a trama tenta adotar, não há o visual verde e simpático do dinossaurinho nos games. Na verdade, ele é um velociraptor tal qual aquele que a gente vê em Jurassic Park e é mais ameaçador do que amigável — o que só prova como esse ideia é toda errada.

2. A princesa Sarah Connor

Por alguma razão, os produtores acharam que esse filme seria bom e ganharia uma sequência — tanto que deixaram um gancho para essa continuação. Depois de Mario e Luigi voltarem para Nova York, a princesa Daisy reaparece na porta dos encanadores com trajes de guerra e segurando uma arma no melhor estilo Sarah Connor, de O Exterminador do Futuro.

Ela diz que tem algo para contar que os irmãos não vão acreditar e o filme acaba sem dar mais detalhes sobre isso.

1. Iggy e Spike nas cenas pós-crédito

Talvez Super Mario Bros não fosse tão ruim, apenas muito à frente de seu tempo. Afinal, ele já tinha uma cena pós-crédito aos moldes do que virou padrão do cinema moderno.

Brincadeiras à parte, esse trecho final resume muito bem outro problema do filme — a indecisão do que quer ser. Embora o tom central da trama fosse essa ficção-científica mais séria, havia tentativas de alívio cômico que destoavam de tudo, como é o caso dos primos Iggy (Fisher Stevens) e Spike (Richard Edson).

Eles eram dois capangas do rei Koopa e representam bem aquele tipo de personagem atrapalhado que se acha mau. Era um tipo bem comum nos filmes dos anos 1980 e que se repete por aqui.

Na cena pós-crédito, eles são procurados por dois executivos japoneses — em uma piada com a Nintendo —, que querem fazer um videogame sobre eles. Quando perguntados sobre o título do jogo, eles respondem em uníssono: Super Koopa Cousins, em uma brincadeira pouco inspirada com o título do filme e os irmãos Mario.

Sim, o filme falha até no último segundo.