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Warcraft é grandioso aos fãs, mas vago para os leigos

Por| 01 de Junho de 2016 às 12h14

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Warcraft é grandioso aos fãs, mas vago para os leigos
Warcraft é grandioso aos fãs, mas vago para os leigos

Warcraft não é o típico filme de guerra fantástica que o público está acostumado. Enquanto os longas tendem a acompanhar a história pela perspectiva de algum dos lados, este precisa apresentar as nuances que envolvem o primeiro encontro entre humanos e orcs, sem transformar nenhum dos lados em bom ou mal. Entretanto, ao tratar essa dualidade e introduzir tantos conceitos novos, o diretor Duncan Jones não consegue se aprofundar na história, tornando-a vaga para quem não é fã dos games da Blizzard.

Na trama, Azeroth é um mundo pacífico que se encontra em uma situação nunca vista: a presença dos orcs, que precisaram fugir do lar em estado de falecimento. Os orcs têm a guerra como principal forma de entendimento do mundo, fazendo com que o plano deles seja colonizar Azeroth. Os dois lados entram em colisão para defender os seus povos, criando assim o primeiro embate entre as duas raças.

Contar a história de uma forma que não torne orcs e humanos em vilões é o caminho correto para o universo de Warcraft, mas torna-se complicado para um filme de apenas duas horas e que precisa introduzir muitos conceitos e personagens desconhecidos do grande público. O longa não é didático, deixando ainda mais claro que a narrativa da produção atinge diretamente os grandes fãs da Blizzard.

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O filme tem grande enfoque no orc Durotan (Toby Kebbel) e no humano Anduin Lothar (Travis Fimmel), ambos com grande espaço de tela na produção e os que possuem mais apelo dramático. Ambos os atores fazem as melhores atuações do longa. Entretanto, não há tempo de desenvolvimento suficiente para criar empatia o suficiente com quase todos os personagens. Além deles não serem carismáticos, há tantas situações acontecendo ao mesmo tempo que você não consegue criar um vínculo com eles.

Enquanto o primeiro encontro entre orcs e humanos é contado, Duncan Jones aproveita várias tomadas aéreas para apresentar várias locações de Azeroth, um dos pontos altos do uso de computação gráfica da produção. Outro diferencial é quando os efeitos visuais fazem parte da criação das espécies que figuram o universo dos games da Blizzard. A captura de movimentos consegue criar toda a fisionomia necessária para tornar os orcs críveis em seus mínimos detalhes.

Outro aspecto visual que encanta são os efeitos práticos. Como vários cenários são apenas fundo verde, cada detalhe de material que foi realmente construído chama atenção. Seja um simples escudo dos humanos ou as particularidades da armadura do Rei Llane (Dominic Cooper), os mínimos detalhes fazem toda a diferença quando cada figurino ou arma parece mais real do que os efeitos especiais da produção.

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Entretanto, o longa passa longe de ser perfeito nos aspectos visuais. Em vários momentos fica claro o chroma key ao fundo quando há um personagem em foco no horizonte, seja Draka (Anna Galvin) próxima a um rio com grande vegetação nas costas ou os voos de Anduin no grifo. Outro ponto negativo são os raios de Medivh (Ben Foster), em uma péssima atuação, que são mal renderizados e ficam com um aspecto nada convincente, algo que diverge de outras magias vistas na produção.

Com uma narrativa apressada, Warcraft fica muito preso aos seus fãs para contar sua história, principalmente com vários fan services escondidos pela tela e outros que são bastante evidentes, mas nada compreensíveis ao grande público. Duncan Jones mostrou que o universo da Blizzard tem potencial para ganhar espaço no cinema, mas ainda não é o longa que vai perder a estigma que adaptação de games não tem bom filme. Resta aos fãs torcer que uma sequência seja confirmada e o gancho do final seja aproveitado numa volta a Azeroth.