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Crítica Deadpool & Wolverine | Trama sem nexo em superdiversão a serviço dos fãs

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Marvel Studios
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Deadpool & Wolverine chega aos cinemas brasileiros nesta semana, e é tudo o que os fãs estavam esperando. Isso é bom, e embora seja superdivertido do começo ao fim, ainda assim não representa a “salvação do Universo Cinematográfico Marvel” (MCU, na sigla em inglês) como muita gente acredita. Na verdade, tem muito mais méritos como uma ótima despedida do universo de heróis da Fox Films, em excelentes sequências de ação desenfreada, cheias de fan service, com roteiro sem muito sentido — conto mais sobre isso, sem spoilers.

Quem já viu os trailers, sabe do que se trata mais ou menos a sinopse, mas aí vai: Wade Wilson se encontra em um estado letárgico, sem grandes planos para o futuro, sem grande “relevância” para o mundo — guarde essa palavra.

Embora esteja contente com seu novo status de vidinha cotidiana como vendedor de carros usados, sua festinha de aniversário revela que ele não está feliz como gostaria.

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E, justamente quando ele reflete sobre a razão disso, a Autoridade de Variância Temporal (TVA, na sigla em inglês), um grupo de monitores temporais do Multiverso Marvel, aparece em busca da ajuda de Deadpool.

E, em uma trama que nada é o que inicialmente parece, Deadpool recorre à ajuda de alguma versão dos vários Wolverines do Multiverso Marvel para ajudá-lo a salvar a sua própria realidade. 

Roteiro escasso, ação de sobra

A partir daí, é melhor nem tentar prestar muita atenção na trama, ou tentar conectar com muita precisão exatamente o que acontece entre os lugares, personagens e linhas cronológicas — muito menos colocar isso em perspectiva com tudo o que foi dito até agora no MCU.

Basta apenas se lembrar de algumas teorias já vistas e melhor explicadas na série Loki, do Disney+, para compreender que Wolverine e Deadpool vão parar em uma espécie de limbo, onde a maior parte da ação do filme acontece.

E bota ação nisso. Se o roteiro faz questão de enfiar alguma piadinha quando tenta explicar seriamente o que está acontecendo, a ação é coisa séria por aqui: não faltam lutas bem coreografadas com garras, espadas, armas de fogos, explosões e até em veículos.

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Há várias cenas de lutas entre o próprio Wolverine e Deadpool entre si, além de ambos contra multidões de inimigos, vilões e até outros heróis — sim, vale lembrar que o filme é recomendado para maiores de idade e isso tudo acontece da maneira mais violenta (aquela ultraviolência que chega a ser engraçada) e gráfica possível.

Não dá para dizer que as cenas chegam ao nível do terceiro ato de Vingadores: Ultimato; mas dá sim para comparar, já que, se não há uma sequência contínua daquela proporção, há pelo menos duas ou três que também serão imortalizadas na trajetória do MCU.

Emoção e fan service

Como dito acima, toda vez que você tem uma pausa para respirar e a história prossegue para que você comece a realmente ligar os pontos e tente compreender o que está acontecendo, a produção do filme sabiamente apela para as excelentes piadinhas de Ryan Reynolds, assim como para os momentos de drama bem conduzidos por Hugh Jackman; e, principalmente, para as participações especiais, que farão muitos fãs irem ao completo delírio.

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Reynolds está afiadíssimo, com um timing ainda melhor, combinando humor físico, boas lutas, e referências que envolvem sua própria carreira, além de toda a cultura pop e a trajetória do universo de heróis da Fox Films — com aquela cutucada de sempre no “bom-mocismo” da Disney, e, sim, como é recomendado para maiores de idade, tem muito do humor ácido e politicamente incorreto de Deadpool.

Já Jackman raramente deixa o lado angustiado, sombrio, debochado e selvagem de Wolverine de lado. Essa mistura combina bem para não deixar que o filme caia em um completo pastelão. E mais: são justamente as habilidades dramáticas do ator australiano que conseguem extrair de um Logan bem diferente do que vimos anteriormente os momentos de maior emoção.

E, para completar, o fan service. Falar sobre isso sem spoilers, pode até ser considerado um spoiler, pois, acredite, a maioria dos boatos sobre quem fariam participações especiais estava certa — e há ainda mais do que muitos chegaram a cogitar.

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Vale a pena?

Deadpool & Wolverine vale cada centavo do ingresso dos fãs de filmes de super-heróis, e mesmo para quem não acompanha nada da Marvel e quer apenas ver a boa química de Reynolds e Jackman juntos nas telonas.

O filme não pode ser considerado o novo pilar que vai salvar o MCU do mau momento em que vive, pois, como disse anteriormente, serve muito mais como um digna despedida para o universo de heróis da Fox Films do que exatamente para o futuro da Marvel Studios — a primeira das duas cenas pós-créditos confirma isso.

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E, no final das contas, mesmo que o roteiro não se sustente, e muito menos consiga se conectar com o mínimo de nexo com o MCU, as piadinhas, as várias cenas de ação e as excelentes participações especiais no fan service fazem de Deadpool & Wolverine um dos títulos mais divertidos da Marvel Studios.