Golfinhos usam corais para fazer a própria skin care [vídeo]
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Golfinhos utilizam corais para fins dermatológicos, conforme mostra um artigo publicado na revista iScience. Em vídeo, os animais da espécie Tursiops aduncus (roaz-do-índico) esfregaram o próprio corpo em corais para usufruir de suas propriedades medicinais, finalmente esclarecendo uma questão que já vinha sendo levantada há anos por especialistas da área.
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Acontece que os biólogos marinhos viam esses golfinhos escolhendo criteriosamente em qual coral esfregar o corpo, mas os motivos que levavam a essa escolha não estavam claros — pelo menos até agora. A maioria das pesquisas com golfinhos é realizada na superfície da água, mas os pesquisadores desse artigo mais recente resolveram analisar a espécie de perto, para entender o comportamento.
A equipe descobriu que esses golfinhos agitam os minúsculos pólipos que compõem a comunidade de corais, levando à liberação de um muco. Logo, coletaram amostras de corais para entender as propriedades dessa substância.
Com isso, descobriu-se que corais da espécie Rumphella aggregata podem liberar 17 metabólitos ativos com atividades antibacteriana e antioxidante. A conclusão é que o muco dos corais e de algumas esponjas serve para regular o microbioma da pele do golfinho e tratar infecções.
“A fricção repetida permite que os metabólitos ativos entrem em contato com a pele dos golfinhos. Esses metabólitos podem ser úteis para profilaxia ou tratamento auxiliar contra infecções microbianas", afirma o estudo. A equipe espera continuar a estudar corais para identificar quais estão sendo usados para esses fins, e se existem outros benefícios aos golfinhos.
De qualquer forma, os golfinhos não são os primeiros a buscar as propriedades medicinais da natureza: recentemente, um estudo da UNESP revelou que diversas espécies buscam uma árvore da Mata Atlântica chamada Cabreúva (Myroxylon peruiferum) para se automedicar, já que a planta conta com propriedades benéficas, que ajudam em várias doenças.
Fonte: iScience via EurekAlert!