Animais buscam árvore especial da Mata Atlântica para se medicar, revela estudo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Um estudo da UNESP revelou que animais buscam uma árvore da Mata Atlântica chamada Cabreúva (Myroxylon peruiferum) para se automedicar. Acontece que a planta conta com propriedades benéficas, que ajudam em várias doenças. As descobertas foram publicadas na revista científica BioTropica.
- Plantas ajudam no desenvolvimento de novos remédios contra o câncer
- A Terra pode ter mais de 9 mil espécies de árvores ainda desconhecidas
A Cabreúva costuma ser usada na medicina tradicional por produzir uma resina capaz de ajudar a tratar sarna, disenteria e infecção urinária, enquanto a casca funciona como um antibiótico, mata as larvas do mosquito Aedes aegypti e funciona como uma substância antifúngica.
Os pesquisadores perceberam que muitos animais que habitam a Mata Atlântica visitam Cabreúvas para se esfregar ou lamber. O grupo conseguiu identificar as seguinte espécies:
- Jaguatirica
- Taira
- Quati
- Morcego
- Queixada
- Tamanduá-do-norte
- Veado-catingueiro
- Mico-leão-preto
Os autores do artigo atribuem a esse comportamento com a árvore o termo zoofarmacognosia, em outras palavras: a automedicação em animais. A teoria é que os mamíferos da Mata Atlântica estejam usando o bálsamo da árvore para repelir parasitas ou para se proteger contra doenças transmitidas por mosquitos ou carrapatos.
No entanto, ainda é apenas uma hipótese, o que exige estudos mais profundos, principalmente levando em conta que o campo da zoofarmacognosia permanece pouco pesquisado. Ainda assim, a equipe acredita que a automedicação seja uma forte possibilidade, e que essas várias espécies de mamíferos devem saber perfeitamente como e quando usá-las para se beneficiar de suas propriedades terapêuticas.
A equipe aponta que, se esse comportamento dos animais for finalmente confirmado como automedicação e as cabreúvas realmente forem uma farmacologia natural para uma ampla gama de espécies, muitas áreas devem protagonizar campanhas de preservação no futuro.
Fonte: BioTropica via Discover Magazine