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Versões silvestres de legumes, frutas e cereais viralizam; veja fotos!

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Agosto de 2022 às 10h11

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John Doebley/CC-BY-3.0
John Doebley/CC-BY-3.0

Você sabia que o ser humano não domesticou só os animais, mas também as plantas? Mesmo sem ter conhecimentos de genética, nossos ancestrais agricultores cruzaram espécies selvagens para obter plantas saborosas e nutritivas, desde legumes e verduras a frutas. As versões silvestres de algumas delas podem surpreender, sendo menores, mais duras e, às vezes, irreconhecíveis.

Mais cedo neste ano, o professor de história Dennis Almeida viralizou nas redes sociais ao exibir as versões silvestres de alguns alimentos, como cenoura, banana, milho, uva e tomate. Ele ainda comenta como os alimentos foram se adequando às nossas necessidades, algo que fazemos até hoje, não apenas com cruzamentos, mas também com engenharia genética. Vamos ver como eram (e ainda são) alguns alimentos selvagens?

Banana

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Como podemos ver na imagem, a banana silvestre tinha sementes muito maiores e pouco espaço para o fruto comestível. Selecionamos, é claro, as bananas que tinham caroços menores e em pouca quantidade, e "clonamos" os pés para produzir bastante, o que acaba causando problemas: uma mesma doença atinge todas as bananeiras igualmente, já que não há diversidade genética nas plantações.

Uva

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Semelhante ao caso da banana, selecionamos o melhor da fruta, ou seja, a versão mais polpuda e aproveitável. As uvas silvestres são bem menores e menos suculentas, com cachos aparentemente "pobres". Isso, é claro, aos olhos de um humano faminto e possivelmente sedento de um bom vinho.

Milho

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Os cereais também não ficam fora dessa. O milho, muito tradicional em diversas cozinhas — especialmente algumas culturas sul-americanas —, já foi pequeno, duro e pouco saboroso. Na imagem postada por Almeida, logo acima, podemos ver também uma versão intermediária da seleção artificial feita por nós, quando os grãos já estavam maiores. Na próxima festa junina, agradece aos incas por domesticar e deixar o milho bem suculento.

Laranja

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A laranja é uma surpresa dupla, já que ela não existe em forma silvestre! Ela é, na verdade, um cruzamento entre duas espécies diferentes de fruta. Nós a criamos misturando enxertos do pomelo (Citrus maxima) com a tangerina (Citrus reticulata), combinando características dos dois para obter um sabor e textura únicos. Há registros de laranjas de mais de 6 mil anos atrás na China, como relata Almeida em seus tweets.

Cenoura

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Hoje em dia vistosas, as cenouras já foram raízes muito mais finas e, na verdade, não tão diferentes de outra raízes menos bulbosas. Como Almeida explica em seu tweet, diversos fatores foram sendo selecionados durante a domesticação das plantas, considerando o que mais apela a nós, humanos, é claro — sem muita consideração para fatores de sobrevivência do ente que selecionávamos.

Tomate

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Já o tomate foi domesticado por povos nativos das Américas do Norte e Central, como Almeida explicita em sua thread. Em nahuatl, ou asteca antigo, "tomatl" significa "fruta gorda", o que, convenhamos, é mais aplicável às versões atuais da fruta. Mais adequado à versão silvestre menor e menos vermelha, está o termo italiano "pomodoro" (pomo de ouro, ou maçã de ouro), que referencia o amarelo/dourado de suas origens.

E assim como o historiador lembra, tais mudanças mostram como nossos ancestrais eram inventivos e conhecedores da terra: sem intervenções laboratoriais, eles foram capazes de modificar o ambiente em que viviam e tirar o máximo possível dos alimentos cultivados.