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Cientistas conseguem estudar cérebro de vermes pela primeira vez

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Dezembro de 2021 às 08h00

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Monster Filmmakers/Envato
Monster Filmmakers/Envato

Um artigo publicado na revista científica PLOS Computational Biology relata as descobertas de pesquisadores do Instituto Salk (EUA) ao analisar o cérebro de vermes pela primeira vez, levando a outro nível o modo como a atividade cerebral em si é vista pela ciência. O estudo foi feito com a espécie Caenorhabditis elegans, que possui apenas 302 neurônios.

O grupo analisou como os neurônios do C. elegans reagem quando o verme é estimulado com cinco produtos químicos diferentes. A espécie foi modificada geneticamente para que os 302 neurônios passassem a contar com um sensor fluorescente. Assim, quando os neurônios estivessem ativados, esse sensor acenderia.

"Os sistemas nervosos extraem e processam informações do ambiente para alterar o comportamento e a fisiologia dos animais. Apesar do progresso na compreensão de como diferentes estímulos são representados por mudanças na atividade neural, menos se sabe sobre como eles afetam propriedades mais amplas da rede", aponta o estudo.

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Uma vez que os vermes receberam os elementos químicos, cerca de 50 a 60 neurônios se ativaram em resposta. Os estudiosos analisaram então as interações coletivas entre os pares de células para entender como a ativação de uma célula impacta a atividade das outras.

O método levou os cientistas a compreenderem que quando o C. elegans era exposto a cloreto de sódio (sal de cozinha), a resposta vinha dos neurônios sensoriais, mas logo em seguida, outros neurônios começavam a coordenar as atividades. "Usamos métodos computacionais para identificar vários estímulos por meio da análise da atividade neural para prever com precisão o estímulo do sal", conta o artigo.

"Nosso método pode ser usado em várias espécies, particularmente em casos em que as identidades de neurônios individuais são desconhecidas. Esses resultados também sugerem que a atividade neural contém uma assinatura de mudanças no ambiente", concluem os pesquisadores.

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Fonte: PLOS Computational Biology