Variante Ômicron teria evoluído em ratos, defendem cientistas
Por Renato Santino | Editado por Luciana Zaramela | 09 de Dezembro de 2021 às 18h40
O surgimento da variante Ômicron do coronavírus SARS-CoV-2 ainda intriga os cientistas, em especial pelo alto número incomum de mutações. Agora, uma nova hipótese aponta que essa transformação poderia ter ocorrido não em seres humanos, mas em animais — mais especificamente.
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Segundo a ideia defendida por Kristian Andersen, imunologista Scripps Research Institute, o início da formação da variante se daria ainda em meados de 2020, quando um animal teria contraído o vírus causador da covid-19.
Desde então, o vírus teria circulado somente entre os animais, indetectado por pesquisadores. Durante este tempo, ele acumulou as mutações que hoje são características da Ômicron, e finalmente reencontrou seres humanos. O processo é chamado de zoonose reversa, no qual um patógeno passa de humanos para animais e posteriormente volta a infectar pessoas.
A proposta diverge de outras explicações para o alto número de mutações encontradas na variante. Outras hipóteses incluem a possibilidade é a de uma infecção prolongada em um indivíduo imunocomprometido, o que permitiria múltiplas variações indetectadas dentro do mesmo hospedeiro, ou então a circulação em um local sem monitoramento e sequenciamento de amostras.
Para Andersen, conta a favor de sua hipótese o fato de que a variante Ômicron parece ter divergido das demais variantes do SARS-CoV-2 há muito tempo, o que suportaria o fato de que ela se manteve afastada de seres humanos durante um período prolongado.
Além disso, algumas das mutações são bastante incomuns, o que indicaria que o vírus passou por pressões evolutivas que as outras variantes não enfrentaram. Assim, a Ômicron poderia ter se adaptado melhor para infectar roedores e que podem impactar o comportamento do vírus entre humanos também.