Publicidade

Tubarão pré-histórico com "dentes de vampiro" é achado nos EUA

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
Mark P. Witton/CC-BY-4.0
Mark P. Witton/CC-BY-4.0

Paleontólogos descreveram uma nova espécie de tubarão do período Paleoceno com dentes muito particulares — eles eram curvados e finos, semelhantes a uma agulha, descritos como “dentes de vampiro”. A descoberta se baseou em 17 dentes fossilizados encontrados no estado do Alabama, nos Estados Unidos.

O gênero do animal é conhecido como Palaeohypotodus, grupo já extinto de tubarões lamniformes que foram do final do Período Cretáceo (144-66 milhões de anos atrás) ao final do Eoceno (56-34 milhões de anos atrás) e que inclui apenas três espécies conhecidas.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Os tubarões desse gênero têm dentes grandes, caracterizados pelo seu comprimento e forma de gancho na ponta, bordas cortantes suaves, um ou mais pares de cúspides (pontas) laterais e dobras ao longo da coroa dental. Apesar dos Palaeohypotodus serem conhecidos, em geral, pelos fósseis de dentes isolados, há pelo menos um esqueleto completo do gênero.

O que há de novo no tubarão

A nova espécie foi batizada de Palaeohypotodus bizzocoi, e estima-se que tenha vivido há 65 milhões de anos atrás, durante o Paleoceno, primeira época da era Cenozoica (a atual). Os 17 dentes que identificaram o novo tubarão estavam nas coleções históricas da instituição Pesquisa Geológica do Alabama, coletados há mais de 100 anos e nunca estudados tão a fundo.

Esses fósseis estavam na Formação Porters Creek e foram encontrados por Jun Ebersole, diretor de coleções no Centro de Ciência McWane, que, ao notar não reconhecer os dentes desse tubarão em particular, buscou saber sua espécie — e se deparou com um novo animal.

No Paleoceno, metade do Alabama era um oceano raso entre o tropical e o subtropical, e, segundo o cientista, é uma época pouco estudada na ciência.

O achado ajuda a mostrar como a vida na Terra, especialmente no oceano, se recupera após grandes extinções em massa — no caso, falamos da K-Pg (Cretáceo-Paleógeno), que aniquilou os dinossauros —, e auxilia os cientistas no entendimento de como eventos globais, como as mudanças climáticas, podem afetar a vida marinha nos dias atuais.

O estudo envolveu comparar os fósseis dos dentes de P. bizzocoi com os de tubarões modernos, como o tubarão-branco (Carcharodon carcharias) e o tubarão-mako (Isurus oxyrinchus). Seus dentes são diferentes de qualquer tubarão vivo, o que é mostrado na comparação com mandíbulas e dentes destes animais.

Continua após a publicidade

Fonte: Fossil Record