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Sujeito com implante cerebral desafia macaco da Neuralink para duelo de Pong

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Reprodução/Neuralink
Reprodução/Neuralink

Um ser humano paraplégico e com implante cerebral seria capaz de vencer um macaco em um jogo de videogame? Nathan Copeland acha que sim. Ele sofreu um acidente de carro há seis anos e ficou paralisado e passou a viver com um implante no cérebro para controlar computadores por meio de sinais neurológicos.

A ideia da competição mental entre espécies surgiu depois que Nathan viu o desempenho do macaco Pager jogando o game Pong, em abril deste ano. Os pesquisadores da Neuralink, companhia de neurotecnologia cofundada por Elon Musk, divulgaram um vídeo com o primata interagindo com a máquina por meio de sinais de pensamento.

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Copeland nunca havia jogado Pong, o clássico título da Atari lançado em 1972, com seu implante cerebral, apesar de usar o dispositivo com frequência para jogar outros games de computador. “Já estamos nos preparando e treinando para a primeira batalha entre espécies”, diz ele.

Utah x Neuralink

A Neuralink desenvolve implantes cerebrais avançados do tamanho de uma tampinha de refrigerante, que utilizam a tecnologia bluetooth para conectar cérebros e computadores sem a necessidade de cabos e conectores externos. As interfaces gravam os disparos elétricos dos neurônios do córtex motor, responsável pelos movimentos. Um programa de computador decodifica e transforma esses sinais em comandos.

Já o dispositivo implantado no cérebro de Copeland, chamado de matriz de Utah, é mais antigo e limitado. Antes de realizar qualquer tarefa, o algoritmo precisa fazer uma espécie de aquecimento com sessões de treinamento que duram dez minutos, para mapear os sinais dos neurônios.

“Depois desse tempo, é só eu pensar para onde o cursor do mouse deve ir, para frente, para trás, direita ou esquerda. O pensamento de uma mão fechada significa que o mouse deve clicar”, explica Copeland.

Essa interface neural possui quatro implantes de silício. Dois deles, instalados no córtex motor permitem o controle sobre braços robóticos e outros periféricos de computador. Os outros dois implantes ficam na parte sensorial do cérebro, enviando e recebendo sinais que simulam sensações de pressão e formigamento nos dedos.

Resultado imprevisível

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Mesmo que a empresa de Elon Musk tope o desafio, não é fácil prever quem se sairia melhor em uma eventual partida de videogame. Se, por um lado, a interface utilizada pelo macaco da Neuralink representa um avanço tecnológico, por outro, o cérebro humano é capaz de raciocinar com um nível de engenhosidade muito maior.

O modelo usado pelo primata grava aproximadamente mil disparos elétricos dos neurônios de uma única vez, enquanto o implante no cérebro do potencial adversário consegue registrar apenas 160 neurônios ao mesmo tempo.

“Ainda não está claro se a gravação de mais neurônios melhoraria o controle sobre os movimentos bidimensionais de uma raquete de Pong”, afirma o pesquisador que trabalha com Copeland, Jeffrey Weiss.

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Como algumas versões do jogo permitem que o usuário use estratégias mais complexas para acertar a bola em ângulos não convencionais, o ser humano poderia ter uma vantagem já que tem a capacidade de se adaptar melhor durante a evolução dos níveis de dificuldade de cada fase.

Resta saber agora o que vale mais durante uma partida de videogame: um console super avançado ou a habilidade mental do jogador. Mas para que o duelo saia do papel e possa ser transmitido na Twitch, plataforma de streaming de games onde Copeland tem um perfil, a Neuralink precisa aceitar o desafio, o que ainda não aconteceu.

Fonte: MIT Technology