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Sounds of Space: o projeto que transforma sons reais do espaço em obras de arte

Por| 02 de Janeiro de 2019 às 10h52

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Sounds of Space: o projeto que transforma sons reais do espaço em obras de arte
Sounds of Space: o projeto que transforma sons reais do espaço em obras de arte

Detectar sons estranhos na região da Antártida não é uma novidade para os cientistas. Desde o barulho das geleiras derretendo até as ondas sísmicas que partem as geleiras ao meio, o que não falta no continente gelado é uma grande seleção de sons que parecem “alienígenas” ou até mesmo “sobrenaturais”.

Mas um dos maiores acervos desses sons pertence a uma estação de meteorologia do espaço controlada pela British Antarctic Survey (BAS). E graças à pesquisadora Nigel Meredith, esses sons passarão a ser utilizados na criação de músicas, performances de arte e até mesmo jogos de videogame.

Há alguns anos, Meredith começou a colaborar com a engenheira de som e artista Diana Scarborough no projeto Sounds of Space, que tem como principal objetivo descobrir maneiras criativas de divulgar para o público os sons capturados na Estação de Pesquisa Halley.

Esses sons são capturados por receptores de rádio de frequências muito baixas, usados para detectar ondas eletromagnéticas produzidas pela queda de raios e por tempestades geomagnéticas na plataforma de gelo Brunt. Os dados coletados nesses eventos, quando utilizados junto com dados coletados por satélites, servem para criar modelos de previsão que ajudam os cientistas a se prepararem para grandes eventos meteorológicos do espaço, que podem afetar satélites e até mesmo derrubar redes elétricas. As ondas coletadas pelos equipamentos da estação não costumam estar na faixa de frequência da audição do ouvido humano e podem ser convertidas em som utilizando um software de áudio — e em um tipo de som que pode parecer como uma prova do sobrenatural para os mais desavisados.

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Um dos modos criativos que a pesquisadora usou para divulgar os sons captados pela plataforma foi através do jogo Elite Dangerous — um jogo espacial que cria uma réplica em escala 1:1 da Via Láctea, onde os jogadores podem lutar contra aliens, participar do sistema de comércio ou simplesmente explorar os 400 milhões de sistemas estelares desenvolvidos pela IA do jogo.

Durante uma palestra sobre o projeto que Scarborough ministrou durante a Cambridge Science Festival em 2017, a artista conheceu um dos engenheiros de som do jogo, que por coincidência estava no local assistindo à palestra. A conversa casual levou a um encontro formal entre ela e os desenvolvedores do jogo, e em 11 de dezembro de 2018 diversos sons coletados pela Estação Halley foram adicionados no jogo através de uma atualização.

Além de corrigir alguns bugs, a atualização insere no jogo uma nova ferramenta de exploração, cmo a qual os jogadores podem escanear os planetas espalhados pela galáxia e captar sons provenientes desses astros — todos baseados nos áudios obtidos pela Estação Halley.

De acordo com Joe Hogan, diretor de design de áudio do jogo, o objetivo da atualização era fazer com que os jogadores se sentissem como cientistas mexendo em seus rádios analógicos, tentando captar sinais de estrelas e planetas enquanto exploram o universo, e assim que ficou sabendo do projeto Sounds of Space ele sabia que essa seria a combinação perfeita para o que ele queria acrescentar ao jogo.

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Mas caso exploração intergalática não seja a sua praia, existem outros modos de curtir os sons do espaço. Além da parceria com os produtores do jogo Elite Dangerous, Scarborough também firmou uma parceria recente com o compositor Kim Cunio e a dançarina Becky Byers na criação de um show multimídia que utiliza os sons captados pela estação. A primeira apresentação aconteceu no BAS Aurora Innovation Center, na Universida de Cambridge, em novembro de 2018, mas o grupo já tem mais apresentações planejadas para 2019. Caso tenha interesse, a apresentação está disponível na íntegra no YouTube.

Fonte: Gizmodo