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Será que tem múmia? Caixão de chumbo da catedral de Notre-Dame será aberto

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Abril de 2022 às 09h40

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Geoffroy Van Der Hasselt / AFP-Getty Images
Geoffroy Van Der Hasselt / AFP-Getty Images

Há algumas semanas, arqueólogos que trabalhavam na catedral de Notre-Dame de Paris encontraram, em local revelado pelos esforços de reparação dos danos do incêndio de 2019, vários túmulos e um sarcófago de chumbo. Agora, pesquisadores pretendem abrir o tal caixão para analisar o que quer que exista em seu interior.

O objeto provavelmente foi construído para um membro da elite da época, sendo esta provavelmente o século XIV, o seguinte à construção da catedral. Além dos túmulos, elementos de esculturas pintadas foram encontrados logo abaixo do nível do solo da construção, provavelmente parte do coro alto, parte que separa a área do altar da nave da catedral.

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Possíveis descobertas

A principal razão para a abertura do sarcófago é determinar sua idade real, que até agora pode ser apenas estimada. A datação do século XIV, aliás, foi feita identificando mobília da época cobrindo o caixão em questão. Ele foi encontrado, especificamente, enterrado a 20 metros de profundidade, entre canos de tijolo do século XIX que faziam parte do antigo sistema de aquecimento da catedral.

Christophe Besnier, arqueólogo responsável pelo projeto, comenta que, caso o sarcófago seja mesmo da Idade Média, isso representará uma prática funerária extremamente rara. A utilização do caixão de chumbo não foi feita para embalsamento especificamente, mas sim para preservar o corpo o máximo possível, dada a durabilidade do material, segundo especialistas.

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Besnier comenta que a equipe já conseguiu inserir uma pequena câmera no sarcófago, que revelou restos de roupa e matéria orgânica vegetal e capilar, pertencentes a pequenas folhas e cabelo, respectivamente, na região onde ficaria a cabeça do indivíduo. Essas evidências, especialmente as vegetais, indicam que o conteúdo do caixão foi provavelmente muito bem preservado.

A equipe espera poder fazer muitas descobertas arqueológicas sem ferir as leis francesas — corpos humanos não são considerados artefatos arqueológicos no país, então caso um cadáver realmente esteja no sarcófago, isso poderá complicar os estudos. Depois da descoberta das tumbas, o instituto nacional de pesquisas arqueológicas da França, o INRAP, também está investigando a possibilidade de reenterros na catedral de Notre-Dame de Paris.

Fonte: AFP 1, 2