Raríssima cobra é encontrada morta após engasgar com centopeia gigante
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Uma raríssima cobra da espécie Tantilla oolitica foi encontrada morta na Flórida (EUA) após engasgar com uma centopeia gigante (Scolopendra alternans). A presa, que ficou alojada na garganta da cobra, também morreu. O ocorrido foi publicado em artigo na revista The Scientific Naturalist, no último dia 4.
- Cobras podem se reconhecer através de sentidos químicos, segundo estudo
- Cacho de cobra-verde encontrado no Sul lança luz a fenômeno raro da biologia
A centopeia tinha cerca de um terço do tamanho de seu predador, e também é possível que a cobra tenha morrido não só pelo engasgo, mas por conta de uma dose letal do veneno da centopeia. As cobras da espécie Tantilla oolitica não são venenosas e medem de 15 a 28 centímetros de comprimento.
O último espécime vivo foi visto em 2015, mas em 2018 alguns cientistas encontraram um morto. O que acontece, conforme comentam os autores do estudo, é que essas pequenas cobras escavadoras passam a maior parte do tempo escondidas, e normalmente só são vistas depois que fortes chuvas as forçam a subir à superfície.
Para saber mais sobre o que exatamente matou a cobra, os cientistas usaram tomografia computadorizada para visualizar sua última refeição, sem danificar fisicamente o espécime. O tecido ainda estava intacto e em boas condições, revelando uma riqueza inesperada de detalhes.
Os exames revelaram que a traqueia da cobra estava comprimida e pode ter sido obstruída, possivelmente levando à asfixia. Segundo o estudo, as cobras frequentemente engolem presas grandes e podem vomitá-las se necessário, mas, neste caso, é provável que a estrutura da centopeia tenha impedido a regurgitação.
Outra teoria é que a cobra tenha sido ferida antes de engolir a centopeia, mas o veneno não a tenha impedido de engolir a presa. Caso seja esse o cenário correto, a espécie teria alguma resistência às toxinas da centopeia, mas trata-se de uma hipótese que ainda não foi confirmada.
Fonte: The Scientific Naturalist via Live Science