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Por que a corrente elétrica como conhecemos não irá mais existir em 2019?

Por| 30 de Novembro de 2018 às 19h05

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Por que a corrente elétrica como conhecemos não irá mais existir em 2019?
Por que a corrente elétrica como conhecemos não irá mais existir em 2019?

2019 será um ano de mudanças internacionais. Nós já explicamos aqui no Canaltech porque a medida do quilograma será mudada, mas não apenas a base para medição de massa pelo Sistema Internacional (SI) será modificada. O Ampere, unidade fundamental de medição de corrente elétrica, também será modificado no ano que vem.

Mas não precisa se preocupar: a mudança não irá obrigá-lo a mudar a fiação da casa ou ter qualquer efeito no funcionamento de aparelhos eletrônicos. A medida pretende não mudar o modo como a eletricidade é medida, mas aperfeiçoar o que é a unidade Ampere em si.

De acordo com os pesquisadores, o maior problema do Ampere é que ele não pode ser comprovado cientificamente. Desde que foi estabelecido em 1948, o Ampere era definido como a corrente constante na qual, se mantida em dois condutores paralelos, retilíneos e de comprimento infinito, de seção circular desprezível, e situados no vácuo a uma distância de um metro entre si, produziria entre esses condutores uma força de 0,0000002N — o valor base de uma unidade Ampere.

Mas, como é possível perceber pela descrição, esse experimento de definição é impossível de ser efetuado — afinal, é impossível criar um condutor infinito — e, por isso, a unidade não é tão precisa quanto os cientistas precisam que seja, principalmente agora que estudos de computação quântica necessitam da maior precisão possível em suas medições para dar certo.

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Por isso os cientistas estão mudando o modo como o Ampere é medido, e a partir de 20 de maio de 2019 a unidade será baseada na carga elétrica elementar, ou seja, a nova base para a unidade de corrente elétrica será uma contagem do fluxo individual de elétrons. Ainda que o experimento físico de medição de carga elementar só possa ser feito em laboratórios quânticos de última geração, já é um grande avanço da medida atual, que é impossível de ser comprovado por experimentos.

Mas, como já comentado antes, essa mudança não irá mudar nada para o consumidor comum. As instalações elétricas continuarão funcionando sem nenhuma mudança, assim como os equipamentos eletrônicos, e nem mesmo a leitura da quantidade de energia mensal de sua fornecedora de eletricidade local deverá ser modificada.

A mudança mais significativa ocorrerá na indústria e nos laboratórios de pesquisa. Equipamentos de precisão, como máquinas de ressonância magnética, precisarão passar por nova calibração, e deverá ajudar bastante a indústria de smartphones. Isso porque, com a mudança da medida, será possível calcular com maior precisão quantos ciclos de vida a bateria tem, facilitando as pesquisas para criação de baterias menores e mais duráveis.

Fonte: Science Daily