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Elon Musk e o macaco: o que esperar do futuro da tecnologia da Neuralink

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Reprodução/Neuralink
Reprodução/Neuralink
Elon Musk

O cofundador da Neuralink, Elon Musk, comentou no Twitter que o primeiro produto da sua empresa permitirá que usuários com paralisia usem um smartphone com a mente mais rápido do que alguém usando os polegares. Os comentários foram feitos juntamente com a divulgação de um vídeo de um macaco de nove anos jogando uma partida de Pong usando duas unidades da Neuralink implantadas em seu cérebro apenas seis semanas antes.

O Link é um tipo de chip capaz de captar ondas cerebrais e transformá-las em comandos de computador. A empresa que o produz, a Neuralink, foi fundada por Musk em 2017 e desde então trabalha para desenvolver esta tecnologia.

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Segundo o CEO da Tesla e da SpaceX, versões mais avançadas do dispositivo poderão desviar sinais do chip do cerébro para outras partes do corpo, o que permitiria, por exemplo, que uma pessoa sem movimento nas pernas pudesse voltar a andar. Com o dispositivo atual, isso ainda não seria possível porque são necessários ajustes para interpretar corretamente as frequências.

Mover um cursor para cima e para baixo pode não parecer grande coisa à primeira vista, mas é um passo gigantesco para a proposta da Neuralink. A própria empresa admite que as possibilidades abertas a partir desse experimento vão elevar o patamar das interfaces cérebro-computador.

Estímulos em músculos atrofiados

Uma das causas da paraplegia é a lesão da medula espinhal, causada pela danificação de vértebras, ligamentos ou discos da coluna vertebral. Quando a pessoa é acometida, perde completamente o movimento das pernas e até dos braços, nos casos de tetraplegia. A medula é responsável por transmitir os impulsos do cérebro para os membros, por isso os movimentos cessam quando ela se rompe. Teoricamente, pernas e braços continuam funcionais, mas não são usados porque o “fio condutor” que transmite os comandos foi partido.

O que o Link poderá fazer é reestabelecer essa ligação rompida, sem usar fios e sem cirurgias. Em vez de transportar as ondas cerebrais para o computador, a transmissão ocorrerá para um membro do corpo. Se o dispositivo conseguir simular um impulso cerebral, então a perna vai se mover normalmente.

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Imagine uma pessoa como o famoso físico Stephen Hawking, afetado por uma doença conhecida como Esclerose lateral amiotrófica (ELA). Ele teve todos os movimentos corporais paralisados devido à morte dos neurônios de controle dos músculos voluntários, o devastador efeito da ELA.

A situação chegou a níveis tão graves que ele perdeu completamente a deglutição e a fala, o que exigiu o uso de um sintetizador de voz para se comunicar. O cérebro, por outro lado, permaneceu intocado e ele pôde usufruir da sua genialidade ao longo da vida. Agora pense como poderia ter sido a vida de Hawking se a tecnologia da Neuralink já estivesse funcional?

Uso para deficientes visuais

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O objetivo daqui para frente deve ser aprimorar o dispositivo para trazer usos práticos desta revolucionária tecnologia para o cotidiano das pessoas. O site da Neuralink elenca como primeiro objetivo devolver a “liberdade digital“ de pessoas com paralisia, o que permitirá a comunicação via texto, pesquisas em sites da internet, expressar a criatividade por meio da fotografia e da arte e, claro, jogar videogame.

Um segundo passo seria usar a interface para ajudar a melhorar a vida de pessoas com distúrbios neurológicos e deficiências de outras formas. Uma das possibilidades levantadas pelo bilionário é a adaptação do dispositivo para deficientes visuais. Em resposta a um tuíte, ele disse crer que isso poderia se tornar realidade na versão 2 ou 3 do Neuralink.

Também deu mais detalhes sobre o dispositivo em si. Musk afirmou que o modelo atual é praticamente imperceptível, já que fica acoplado bem rente ao crânio e carrega sem fio. Isso já é uma baita evolução, já que os primeiros modelos eram cheios de fios pendurados. Possivelmente, após alcançar os êxitos pretendidos, a equipe deve trabalhar em criar um design ainda menor.

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Brincadeiras na web

É claro que um avanço tão impressionante chamaria a atenção do mundo inteiro e dos "memeiros" de plantão. No Twitter, houve usuários fascinados pela descoberta, outros com muitas dúvidas e até quem aproveitou para brincar com a situação.

Tem gente sonhando em ser o Neo, de Matrix, com o novo aparelho:

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Outro usuário brincou com uma situação trágica de sua vida:

"Como alguém que perdeu o olho para o câncer, eu estou aqui para usar o olho do Exterminador do Futuro".

Teve usuário visionário que já prevê a integração da Neuralink com os carros da Tesla:

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"Um Neuralink simbiótico em um humano vai torná-lo capaz de dirigir um Tesla somente com a sua mente em alguns anos?

Seria Elon Musk e o Dr. Emmett Brown a mesma pessoa?

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Sobrou até alfinetada para as companhias criadores de aparelhos celular e a polêmica retirada dos carregadores:

Ainda não há uma previsão de quando Neuralink deve ser disponibilizado ao público, nem sequer quando haverá testes nos cérebros humanos. Além das questões de saúde e segurança, ainda há um longo caminho ser percorrido diante das leis e autoridades reguladoras. Mas o fato de apresentar resultados tão expressivos em macacos já revela um indicativo importante de que falta menos do que se pensava.

O bilionário, que vive sendo criticado por voltar atenção demais para Marte e esquecer dos problemas aqui da Terra, dá uma resposta perfeita com o Neuralink. Para quem o taxa de megalomaníaco, mostra que ambas as premissas podem coexistir sem problema algum.

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O que você acha deste avanço tecnológico? Quais outros usos este pequeno dispositivo poderia ter? Comente.

Fonte: Elon Musk, Neuralink