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Mulher é internada após caso raro de envenenamento por ornitorrinco

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Outubro de 2023 às 20h30

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David Clode/Unsplash
David Clode/Unsplash

Na Austrália, uma mulher identificou um ornitorrinco que parecia ferido. Na tentativa de socorrer o animal — encontrado no meio fio de uma estrada nos arredores da cidade de Kingston —, ela agarrou o mamífero semiaquático venenoso, sem nenhum tipo de proteção. Como consequência, Jenny Forward terminou com o veneno inoculado na sua mão, precisou ser internada e, há cerca de uma semana, convive com a intensa dor provocada pelas toxinas.

Casos de envenenamento por ornitorrincos são extremamente raros na Austrália. Segundo a Bonorong Wildlife Sanctuary, foram relatados menos de cinco casos do tipo nos últimos 20 anos.

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Hoje, faltam protocolos para o atendimento das vítimas, como Forward. E, muito possivelmente, as equipes médicas precisarão revisar a literatura científica antes de iniciar o tratamento. A vantagem é que, apesar de dolorido, o veneno de ornitorrinco não é mortal para humanos.

Mamífero venenoso da Austrália

Na natureza, poucos mamíferos são conhecidos como venenosos, como o musaranho, o lóris-lento, o almiqui e o ornitorrinco. No caso desta última espécie (Ornithorhynchus anatinus), apenas os machos têm esporões, de 1,5 centímetros, nas patas traseiras conectados a glândulas de veneno. Na maioria das vezes, são usadas apenas na época de acasalamento, quando competem pelas fêmeas.

“O veneno do ornitorrinco não é fatal para os humanos, mas, dependendo do grau de envenenamento, pode causar inchaço localizado grave e dor insuportável que diminui gradualmente ao longo de algumas semanas”, afirma a Australian Platypus Conservancy (APC), após o acidente em Kingston.

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A seguir, veja onde ficam os esporões venenosos do ornitorrinco, em vídeo em inglês, com um espécime empalhado:

Ornitorrinco na estrada?

A história do recente caso de acidente com ornitorrinco alerta, entre outras coisas, para a falta de informações sobre a espécie nativa do país. A maioria das pessoas os associa exclusivamente com os ambientes aquáticos. Embora eles comumente se alimentem na água, dormem em tocas terrestres e andam diariamente.

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“Os ornitorrincos viajam longas distâncias em terra e também usam as áreas de drenos das rodovias [para se locomover]”, afirma Greg Irons, diretor do Bonorong Wildlife Sanctuary, para o canal ABC News. Então, é possível observá-los em estradas, estando 100% saudáveis.

Inclusive, o espécime que passou por uma tentativa frustrada de resgate estava saudável, quando foi analisado pelos veterinários. Sim, Forward não desistiu do animal, nem mesmo com a dor intensa provocada pelo veneno.

Dica para quem viajar para a Austrália: segundo o especialista, quem observar um ornitorrinco possivelmente ferido pode gravar vídeos e tirar fotos, e este material deve ser enviado imediatamente para as equipes de resgate da vida selvagem. Se possível, a pessoa deve manter o animal isolado, mas sem tocá-lo, enquanto espera os técnicos.

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Internada por causa do veneno

Voltando para a história da mulher australiana, Forward conta que, ao agarrar o animal, começou a sentir uma dor repentina e insuportável. Então, percebeu que o esporão estava fixado na sua mão.

“Foi como se alguém tivesse esfaqueado [minha mão] com uma faca”, explica. Para ela, a dor era “definitivamente pior que um parto". Apesar disso, ela retirou o esporão, colocou o ornitorrinco no carro e foi buscar ajuda para os dois.

Para tratar a paciente, a equipe médica receitou alguns analgésicos e antibióticos. Além disso, a ferida provocada pelo ornitorrinco foi limpa e suturada — os médicos deram pontos. Em seguida, teve alta. Só que, passada a primeira semana, Forward afirma que nem o inchaço e nem a dor passaram completamente.

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Como tratar envenenamento por ornitorrinco?

O veneno de ornitorrinco não se propaga pelo corpo e não causa manifestações sistêmicas do envenenamento — febre, náuseas, sangramentos espontâneos e dificuldade respiratória —, ficando apenas localizado. Por isso, não é necessário fazer nenhum tipo de torniquete e nenhum dos procedimentos padrões após picadas de cobras. Os tratamentos geralmente envolvem apenas o alívio dos sintomas e a limpeza do local.

Conforme indica a APC, "a dor intensa não é aliviada de modo eficaz com analgésicos convencionais, como a morfina, e só piora com a aplicação de bolsas de gelo". Para melhorar o quadro do paciente, ele "pode ser tratado, com sucesso, com medicamentos como a bupivacaína". Em algumas semanas, todos os sintomas de envenenamento devem ter desaparecido. Inclusive, é o que deve acontecer com a mulher australiana.

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Fonte: ABC News e APC (Facebook)