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Monstro marinho polar dominava os mares do Sul há 246 mi de anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Junho de 2024 às 18h40

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Stavros Kundromichalis/Uppsala University
Stavros Kundromichalis/Uppsala University

Em uma ilha na Nova Zelândia, foi encontrado o fóssil do réptil marinho mais antigo já conhecido do Hemisfério Sul. É o notossauro, um tipo de “monstro” marinho polar, que podia atingir até 7 m de comprimento. A criatura vivia em águas frias há 246 milhões de anos. 

Nesse período da história, os dinossauros ainda lutavam para conquistar a hegemonia, enquanto os répteis marinhos governavam os mares. O grupo mais longevo foi o dos sauropterígios, incluindo os plesiossauros, que se parecem com o mitológico Monstro do Lago Ness

O interessante é que os notossauros são os primos distantes e ainda mais antigos desses répteis que se tem conhecimento. "O notossauro encontrado na Nova Zelândia é mais de 40 milhões de anos mais antigo do que os fósseis de sauropterígios mais antigos anteriormente conhecidos do Hemisfério Sul", afirma Benjamin Kear, pesquisador da Universidade de Uppsala (Suécia) e principal autor do novo estudo, em nota.

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Descoberta do monstro marinho polar

A única vértebra conhecida do notossauro foi encontrada em 1978, mas não recebeu a devida importância e nem foi analisada por cientistas e paleontólogos. Com o estudo recém-publicado na revista Current Biology, a história mudou de figura e o achado recebeu o destaque merecido.

Segundo os autores, o monstro marinho polar usava os quatro membros em forma de remo para se mover na água. Os notossauros também tinham crânios achatados com dentes cônicos alongados para capturar presas, como peixes e lulas.

Com o estudo, “mostramos que esses antigos répteis marinhos viviam em um ambiente costeiro raso repleto de criaturas marinhas dentro do que era então o Círculo Polar Sul", destaca Kear. 

Criatura marinhas da Nova Zelândia

Para entender o habitat dessas criaturas, é preciso recordar que os continentes e oceanos estão em constante movimento. Em 10 anos, nenhuma diferença significativa pode ser notada, mas, há quase 250 milhões de anos, o planeta era diferente. Durante esse período, a Nova Zelândia estava situada na costa polar sul de um vasto superoceano chamado Panthalassa.

Foi neste local que o único fóssil do espécime foi encontrado. No entanto, esses monstros marinhos não surgiram nesse ponto extremo do globo, próximo ao Polo Sul.

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“Usando um modelo evolutivo calibrado pelo tempo das distribuições globais dos sauropterígios, mostramos que os notossauros se originaram perto do Equador e rapidamente se espalharam tanto para o Norte quanto para o Sul, ao mesmo tempo em que ecossistemas marinhos complexos se restabeleciam após a extinção em massa cataclísmica que marcou o início da Era dos Dinossauros [conhecida pelo aquecimento extremo]”, detalha Kear.

Com base nessa hipótese, as antigas regiões polares surgem como uma rota provável de fuga para primeiras migrações globais, envolvendo a busca dos notossauros por habitats ideais. Isso é “muito parecido com as jornadas transoceânicas épicas realizadas pelas baleias hoje", completa o especialista.

Fonte: Current Biology e Universidade de Uppsala