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Manuscritos do Mar Morto são mais antigos que se pensava, segundo IA

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Universidade de Groningen
Universidade de Groningen

Uma junção de técnicas de datação e algoritmos de inteligência artificial conseguiu revelar que muitos dos Manuscritos do Mar Morto são mais antigos do que se pensava. Os antigos pergaminhos começaram a ser encontrados nas cavernas de Qumran, no Deserto da Judeia, em meados do século XX, por pastores beduínos. O conteúdo inclui desde documentos legais a partes da Bíblia Hebraica.

Em pesquisas anteriores, pesquisadores dataram os artefatos entre o século III a.C. e o século II d.C., usando datação por radiocarbono nos anos 1990. O problema é que os documentos haviam sido contaminados com óleo de rícino, que foi adicionado nos anos 1950 para ajudar na leitura, mas que atrapalhou os resultados.

Inteligência artificial e os Manuscritos

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No estudo atual, feito por arqueólogos da Universidade de Groningen e publicado na revista científica PLOS One, foi possível limpar e datar 27 amostras dos manuscritos. Dois deles revelaram ser mais recentes do que análises da escrita cursiva sugerem, mas muitos eram mais antigos. Uma amostra, chamada 4Q114, contendo trechos do Livro de Daniel, era mais antiga do que a paleogeografia sugeriu, datando da época de seu autor.

Para a análise, foi usada uma IA com aprendizado de máquina, construindo um modelo chamado Enoch (referência a Enoque, figura bíblica associada ao conhecimento científico). Ele foi alimentado com 62 imagens digitais de traços de tinta de 24 dos manuscritos datados, junto com informações sobre suas datações. Para verificar a precisão do modelo, ele analisou 13 imagens já datadas e, em 85% dos casos, sugeriu uma idade condizente com os estudos anteriores.

Ao ser apresentado a 135 manuscritos não datados, Enoch datou realisticamente 79% deles, de acordo com especialistas em paleogeografia. Isso revelou insights interessantes, como o de que uma cópia do Livro de Eclesiastes datava da época de sua escrita, mais antigo do que se pensava.

Apesar da tecnologia ser promissora e ter o potencial de revolucionar o estudo dos manuscritos, especialistas apontam problemas como o fato de que o sistema data a idade do pergaminho, e não quando ele foi usado para a escrita, por exemplo.

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Fonte: PLOS One