Linguagem humana pode ter surgido há 135 mil anos
Por Nathan Vieira |
Na última terça (11), um estudo descobriu que a linguagem humana pode ter surgido há mais de 135 mil anos. Isso significa que a capacidade de se comunicar de forma complexa, como fazemos hoje, tem raízes muito mais antigas do que se pensava.
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De acordo com os pesquisadores, a linguagem foi a chave para impulsionar uma série de comportamentos e inovações que marcaram a evolução do Homo sapiens.
Evolução da linguagem humana
A pesquisa teve como base os dados genéticos de diferentes populações humanas, incluindo os povos Khoisan da África do Sul. Os resultados sugerem que, há cerca de 135 mil anos, uma divisão genética inicial dentro da população de Homo sapiens levou à formação de grupos humanos com a capacidade linguística completa.
O que isso implica é que, antes dessa divisão, a linguagem já estava presente, ainda que de uma forma mais rudimentar.
Ou seja: se a linguagem tivesse surgido após essa divisão, algumas populações humanas modernas poderiam ter se desenvolvido sem ela, ou com formas de comunicação bem diferentes das que conhecemos hoje. Só que isso não aconteceu.
Os cientistas sugerem que, a partir dessa data, a linguagem foi um fator fundamental para o desenvolvimento de comportamentos mais complexos e culturais, como a arte, os rituais funerários e a criação de símbolos.
O papel da linguagem no comportamento humano
Segundo o estudo, a linguagem funcionou como uma ferramenta para organizar e sistematizar o comportamento humano moderno. Entre 135 mil e 100 mil anos atrás, os Homo sapiens começaram a desenvolver comportamentos como o uso de pigmentos para decorar corpos e a criação de artefatos simbólicos.
Para os pesquisadores, esses comportamentos só se tornaram consistentes e comuns dentro das populações de Homo sapiens depois que a linguagem já estava estabelecida.
Então a linguagem teria sido o catalisador para o desenvolvimento de uma comunicação simbólica mais rica, que permitiu aos seres humanos expressar ideias mais complexas e construir culturas de forma mais eficaz. O estudo foi publicado na Frontiers.
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