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Lápide de 1.800 anos encontrada em Israel traz "maldição" a quem abrir o túmulo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Evgeny Ostrovsky/Israel Antiquities Authority
Evgeny Ostrovsky/Israel Antiquities Authority

Filme de terror ou Indiana Jones? Arqueólogos encontraram uma lápide de 1.800 anos pouco convidativa na Galileia, com uma maldição a qualquer um que violasse o túmulo de quem estava enterrado por ali. Pior ainda, a escrita vermelha da marcação ainda lembra sangue, realmente desencorajando qualquer atividade arqueológica. Mas o buraco, trocadilhos à parte, é mais embaixo com esse achado.

O epitáfio foi encontrado na Necrópole de Beit She'arim, Patrimônio Mundial da UNESCO, no ano passado — ele se estende pelo norte de Israel e sul do Líbano. O sujeito que escreveu a mensagem se chamava Jacó, e era um judeu convertido, sendo essa a parte mais importante da descoberta: de todas as mais de 300 lápides encontradas no local, ela é a única que indica a identidade convertida do falecido.

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Epitáfios e maldições

O bloco de pedra onde a marcação está escrita tem oito linhas e se dedica basicamente a amaldiçoar quem quer que perturbe o túmulo do novo judeu. A mensagem começa assim: "Iokobos [Jacó] o prosélito jura sobre si mesmo que qualquer um a abrir este túmulo será amaldiçoado". Segundo o tradutor da mensagem, o professor Jonathan Price, da Tel Aviv University, ela é "estranha" e está escrita em grego idiossincrático — ou seja, é composta da maneira que o sujeito falava, sem uma gramática perfeita.

E ela ainda termina reforçando a ameaça, dizendo "Yaakov Ha'Ger jura amaldiçoar qualquer um que abra esse túmulo, então ninguém irá abri-lo. 60 anos de idade". Acredita-se que o número, escrito em um alfabeto diferente, foi adicionado por outra pessoa, provavelmente se referindo à idade do falecido.

Tranquilizando os arqueólogos, foi descoberto que o texto não está escrito em sangue, mas sim em tinta escarlate. É uma das duas primeiras inscrições descobertas em Beit She'arim nos últimos 65 anos, e a única que identifica um convertido. Com 1.800 anos, ela data do final do império romano ou início do período bizantino, quando o cristianismo crescia, mas com evidências como essa de pessoas ainda se convertendo ao judaísmo, segundo os cientistas.

Yaakov Ha'Ger, nome escolhido pelo sujeito em hebraico, se converteu totalmente ao judaísmo — e sabemos disso por conta do termo "prosélito" escrito na lápide, termo grego da época. Naquele tempo, havia outro tipo de judeu, o "temente a Deus", que podia não seguir todos os mandamentos da crença judaica.

Apesar desses detalhes, há muito que nunca se saberá sobre Jacó: Beit She'arim é um cemitério internacional, ou seja, judeus de todo o oriente eram trazidos para o local para serem enterrados. Sem acesso ao diário do homem, nunca saberemos de onde ele veio. Outra curiosidade é que não sabemos onde está o seu corpo, já que o epitáfio estava preso à parede de uma caverna descoberta há pouco tempo.

Ao menos os arqueólogos não sabem onde está o corpo, na verdade, já que quem mexeu com o túmulo provavelmente foram ladrões de covas, então dificilmente encontraremos o local de enterro original. Pior para os ladrões, caso possamos acreditar na maldição.

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Fonte: The Times of Israel