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Há pelo menos 3 tipos de reações imunológicas contra o coronavírus, diz estudo

Por| 21 de Julho de 2020 às 16h30

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Mohamed Hassan/Pixabay
Mohamed Hassan/Pixabay

Diante da COVID-19, há pacientes que reagem de diferentes formas ao novo coronavírus (SARS-CoV-2), como os que têm a doença de forma assintomática, aqueles que apresentam apenas alguns sintomas e os que necessitam de uma UTI para a reabilitação. Para começar a entender o que leva a essas diferentes reações imunológicas, pesquisadores norte-americanos desenvolveram, até o momento, três grandes categorias.

A partir de 125 casos de pacientes hospitalizados por causa da COVID-19, cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, identificaram imunotipos para o coronavírus  - nada mais que diferentes perfis imunológicos, ou seja, níveis de respostas do organismo - que se relacionam com a gravidade da doença. Além disso, comparam as amostras coletadas com a 36 doadores de plasma recuperados e de 60 pessoas saudáveis.

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“A possibilidade de situar os pacientes dentro de um mapa topológico da imunologia permitiria  começar a deduzir quais tipos de intervenções terapêuticas podem ser mais úteis para tipos específicos de pacientes”, explica Divij Mathew, pesquisador e um dos autores do artigo publicado na revista Science.

Três respostas imunológicas

Combinando a citometria de fluxo - técnica conhecida para a contagem e análise de partículas microscópicas - de amostras de sangue dos pacientes com a COVID-19 e dados clínicos, a equipe da Universidade da Pensilvânia observou como o coronavírus desencadeia diferentes respostas imunes e sintomas em pacientes gravemente enfermos.

"Para os pacientes hospitalizados com COVID-19, não há apenas uma maneira de o sistema imunológico responder. Há muita heterogeneidade, que destilamos no que chamamos de três" imunotipos", comenta John Wherry, um dos responsáveis pelo projeto. Nesse quesito, “esses imunotipos podem refletir diferenças fundamentais na maneira como os  pacientes respondem à infecção por SARS-CoV-2”, esclarece. 

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Entre as conclusões da investigação, o primeiro imunotipo estava ligado a doenças mais graves que incluíam inflamação, falência de órgãos e doença renal aguda. Enquanto isso, o segundo se correlacionou não com a gravidade da doença, mas com imunossupressão e mortalidade preexistentes. Por fim, o terceiro tipo, que não teve ativação imune, não foi associado com sintomas específicos e características clínicas da COVID-19, ou seja, foram infecções leves.

Mesmo que, no geral, a idade média dos pacientes com a COVID-19 seja de 60 anos, enquanto a idade do grupo recuperado é de 29 anos e a do grupo saudável é de 41. Independente dessas divisões etárias, pessoas de diferentes faixas são encontradas dentro dos três grupos de reações imunológicos.

Impactos da descoberta

Conforme apontam os autores, essas diferentes respostas imunes são o motivo que leva os pacientes da COVID-19 a combaterem a doença de forma diferente e terem complicações ou não. A partir de novos estudos e um detalhamento mais profundo (envolvendo mais pacientes para análise), os pesquisadores poderão sugerir deferentes tratamentos contra o coronavírus com base no imunotipo do paciente, potencializando assim a cura.

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"Compreender o poder do sistema imunológico de regular as respostas às doenças é um dos maiores avanços da medicina na última década, e a Penn [instituto de pesquisa de Pnsilânia] está no centro da liderança com essa descoberta", afirma o cientista Jonathan A. Epstein. "O profundo trabalho de imuno-perfil que os pesquisadores aplicaram aqui, provavelmente, será útil não apenas agora, para esta doença, mas no futuro para muitas outras", completa.

Fonte: Scientific AmericanFirst Post e ScienceDaily