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Raríssimo! Foto de botos com sucuri na boca, na Bolívia, vira artigo científico

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Alejandro dos Rios/Divulgação
Alejandro dos Rios/Divulgação

Em agosto de 2021, os pesquisadores Steffen Reichle e Alejandro dos Rios estavam fotografando a biodiversidade local no rio Tijamuchi, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, quando viram um acontecimento inusitado: dois botos, que estavam brincando juntos, de repente emergiram com uma enorme sucuri em ambas as bocas.

Ver os botos com a cabeça fora da água já é um evento raro, o que por si só havia surpreendido os fotógrafos, mas a cobra adicionou muito ao evento, que chegou até mesmo a virar um estudo, publicado em abril no periódico científico Ecology, junto ao pesquisador Omar Machado Entiauspe Neto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Brincadeira ou caça?

Os pesquisadores chegaram, também, a conceder entrevistas a jornais internacionais, como o estadunidense The New York Times. A ele, Reichle explicou que os animais costumam tem um comportamento brincalhão, de fato, mas costumam nadar com todo o corpo submerso, mostrando apenas as barbatanas ou a cauda. O nado sincronizado segurando a enorme cobra durou cerca de 7 minutos.

A sucuri, réptil alvo da brincadeira dos botos, é um animal semiaquático, conseguindo nadar por algum tempo sem respirar, mas incapaz de absorver oxigênio da água. É provável que o exemplar da cena já estivesse morto, dado que a cabeça esteve dentro d'água por um tempo considerável. Como a interação foi longa, a suspeita dos biólogos é que o ato fosse meramente recreativo e não predatório. A sucuri Beni, especificamente, é um superpredador na Bolívia, ou seja, não é predada por outros bichos, estando no topo da cadeia alimentar.

Casos de sucuris como essa terem sido comidas por outros animais nunca foram registrados, à exceção de um caso de canibalismo. Os pesquisadores não puderam constatar o que ultimamente ocorreu com o réptil do episódio boliviano. Eles notaram a presença de diversos botos jovens no local, teorizando que pudesse ser uma aula de caça por parte de adultos, mas Entiauspe Neto afirma que a brincadeira já é uma ótima explicação para o comportamento, já que é típico da espécie.

Fonte: Ecology