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Fóssil de maior megaraptor conhecido é encontrado na Argentina

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Maio de 2022 às 20h45

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Rafaelle Sergi/CC-BY-2.0
Rafaelle Sergi/CC-BY-2.0

Paleontólogos argentinos relatam a descoberta de um dinossauro superpredador cujo comprimento é equivalente a três andares e eviscerava suas presas com garras longas e curvas: pesando cerca de seis toneladas, ele é o maior megaraptor a ser escavado até hoje, segundo o paleontólogo Mauro Aranciaga. Um estudo contando detalhes sobre o animal foi publicado na Scientific Reports, revista científica da Nature.

Ele é o Maip macrothrax, que estava no topo da cadeia alimentar na época em que vivia — daí o termo superpredador, ou predador alfa —, sendo que a espécie é considerada a maior entre os megaraptors, gigantes carnívoros que viviam onde hoje é a América do Sul há 70 milhões de anos, no final do período Cretáceo.

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Megaraptor argentino

O primeiro nome do bichão, "Maip", deriva de uma figura mitológica maligna do povo indígena da Patagônia Aonikenk, associada à "sombra da morte", que, reza a lenda, mata com os ventos gelados dos Andes. Já "macrothorax" diz respeito à enorme cavidade torácica do animal, com 1,2 metros de largura. Tudo parece exagerado nesse dino, que media de 9 a 10 metros de comprimento.

Em cada pata dianteira, o Maip tinha duas presas de 40 centímetros de comprimento, que utilizava para cortar as presas antes de devorar seus intestinos. Na época do superpredador — a idade Maastrichtiana, época do Cretáceo Superior — o sul da América do Sul, atualmente gelado, era uma floresta tropical, antes da cordilheira dos Andes subir e das geleiras da Patagônia existirem.

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Sorte de principiante

Aranciaga foi o responsável por encontrar o primeiro pedaço do Maip na sua primeira expedição profissional, há três anos, na província argentina de Santa Cruz, quando tinha 26 anos de idade. Isso levou a meses de escavações cuidadosas, limpeza e classificação de uma série de ossos, sendo eles das vértebras, costelas, cintura, cauda e braço.

O paleontólogo relata que é um sonho de infância se tornando realidade: ele não apenas encontrou um fóssil no seu primeiro dia, mas ainda foi o de um megaraptor, justamente o clado de dinossauros terópodes do qual ele é especialista. O espécime específico é o megaraptor encontrado mais ao sul do mundo até agora.

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Fonte: Scientific Reports, Rafaelle Sergi