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Fases da Lua afetam o quanto as pessoas dormem, aponta estudo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA
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Há milhares de anos, os humanos estudam a Lua e os possíveis efeitos do satélite, como o de suas fases — nova, crescente, cheia e minguante —, na vida terrestre. Agora, uma equipe de pesquisadores suecos observou que os ciclos lunares podem também afetar o sono humano, exercendo maior influência sobre os homens.

Publicado na revista científica Science of the Total Environment, os pesquisadores da Universidade de Uppsala monitoraram o sono de mais de 850 pessoas, com idades entre 22 e 81 anos, na cidade sueca de mesmo nome. Segundo os autores, a duração do sono foi reduzida, de forma geral, durante as noites da fase crescente do ciclo lunar.

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Lua e sono: entenda o estudo

Durante o experimento, o exame do sono (polissonografia) foi feito nos participantes para determinar o início, a duração e a qualidade do sono. As medições duravam uma única noite, ou seja, as mesmas pessoas não foram avaliadas por um mês completo. As coletas sobre dados do sono foram feitas entre 2001 e 2018.

Para os autores, a nova pesquisa confirma que os ciclos lunares têm uma influência significativa e detectável no sono humano, mas nem todos são afetados da mesma forma pelas fases da Lua. "Descobrimos que homens, cujo sono foi registrado durante as noites no período crescente do ciclo lunar, exibiram menor eficiência do sono e maior tempo acordado em comparação com homens cujo sono foi medido durante as noites no período de declínio [fase minguante]", explica o neurocientista Christian Benedict, da Universidade de Uppsala.

No estudo, os homens dormiam cerca de 20 minutos a menos nas noites da fase crescente do ciclo lunar, por exemplo. Ainda no período crescente do satélite, foi possível estimar 3,4% a menos de eficiência do sono — relação entre o tempo que a pessoa ficou na cama e o tempo real de sono.

"Em contraste, o sono das mulheres permaneceu, praticamente, inalterado pelo ciclo lunar", afirma o neurocientista Benedict. Embora os resultados nas mulheres tenham sido menos diretos da influência da Lua nos padrões de sono, o fenômeno não é invisível, segundo o autor. Por exemplo, as mulheres dormiram, em média, cerca de 12 minutos a menos nas noites durante a fase crescente da Lua, em comparação com as noites minguantes.

E aí, a pesquisa é conclusiva?

Vale observar que o estudo não consegue definir se há uma relação casual (ou não) com as fases de maior brilho da Lua e a menor quantidade de minutos dormidos entre os humanos. Inúmeros fatores poderiam explicar essa oscilação. "Nosso estudo, não consegue distinguir se a associação do sono com o ciclo lunar foi causal ou apenas correlativa", afirma Benedict.

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Por outro lado, algum tipo de influência foi relatada. Hoje, a principal explicação para isso é o fato que quanto mais próxima da Lua cheia, mais iluminado o planeta Terra fica. "A cada dia adicional durante a fase crescente, a Lua reflete mais luz solar para a Terra, atingindo uma iluminação máxima no dia da Lua cheia", detalham os autores. Dessa forma, é possível especular que noites mais claras interferem, de forma negativa, na qualidade do sono.

Para acessar o estudo completo, publicado na revista científica Science of the Total Environment, clique aqui.

Fonte: Science Alert